As crianças negras no Brasil ainda crescem mensagens que diminuem sua imagem. Isso acontece quando o cabelo é criticado, quando os desenhos não mostram pessoas parecidas com elas e quando a escola não conta a história da população negra de maneira completa. Essa ausência e faz muitas crianças acreditarem que não pertencem ao mundo.

O livro “O Djembê de Enam”, do pedagogo e mestre em Educação Givanilson Soares, surge para ajudar a mudar esse cenário. A obra será lançada no dia 5 de dezembro, às 18h, na Casa Alzira, no Bairro do Recife. O autor trabalha com educação pública e conhece o impacto que a representatividade tem na formação das crianças.

A história apresenta Enam, um menino que vem da Guiné-Bissau morar em Recife e vai estudar em uma escola pública da cidade. Ele ganha um djembê de sua avó, tambor de origem africana, e, ao tocar o instrumento, sente alegria, força e memória. O som do djembê faz Enam perceber que sua história é antiga e bonita, como as histórias de seus ancestrais.

O tambor representa ligação com o passado, mas também aponta para o futuro. Ele lembra Enam que ele não está sozinho. Seu corpo, seu cabelo e sua história carregam valor. Esse entendimento transforma a maneira como ele se vê e como ele se coloca no mundo.

A escola pública é o espaço onde tudo isso acontece. Muitas vezes, é na escola que a criança percebe o racismo. Mas a escola também pode ser o lugar onde ela descobre que sua cultura é motivo de orgulho. O livro defende que a cultura afro-brasileira precisa estar presente no dia a dia da sala de aula, e não apenas em datas comemorativas.

A narrativa mostra a infância negra com leveza e beleza. Enam brinca, aprende, imagina e sorri. Ele aparece como protagonista da própria história. Isso é essencial para que crianças negras se sintam fortes, inteligentes e capazes de sonhar.

As ilustrações de Marquinhos ATG ajudam a criar essa sensação. As imagens são coloridas e cheias de movimento. Elas parecem acompanhar o ritmo do tambor. O livro também traz um QR Code que leva à música Terra/Mar, composto pelo autor. Assim, a leitura vira som, corpo e brincadeira.

O trabalho de Givanilson Soares nasce da escuta e da convivência com crianças. Ele entende que a infância precisa de histórias que cuidem da imaginação e da autoestima. A literatura infantil antirracista é uma forma de fortalecer o coração e abrir espaço para que cada criança descubra que sua história merece ser contada.

O livro estará disponível no dia do lançamento, na Casa de Alzira. Depois do evento, você poderá ser adquirido diretamente com o autor, pelo Instagram @givasoares, onde ele compartilha informações sobre envio, atividades em escolas e bibliotecas.