No mês em que o Brasil reforça a luta contra o HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), profissionais da saúde comemoram resultados do boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, mas o alerta se mantém. Segundo dados do Ministério da Saúde, 46.400 novos diagnósticos de HIV no Brasil. Desses, 2.665 foram registrados na Bahia.

Vitória da Conquista também segue a tendência nacional, registrando 197 casos diagnosticados em 2024 e outros 171 confirmados até outubro deste ano. Outro índice de queda compartilhado entre a cidade e o Brasil, é a queda nos dados de transmissão vertical do HIV, que é quando o vírus é transmitido de mãe para filho. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil mantém taxa abaixo de 2% da infecção em crianças ao nascer.

Apesar da queda progressiva de mortes pela doença no país, as infecções por HIV e outras ISTs seguem em ritmo preocupante, especialmente entre jovens e populações vulneráveis. Segundo o Dr. Vitor Argolo Borges, coordenador do internato médico da Afya Vitória da Conquista, maior grupo de educação e soluções médicas do Brasil, e que na Bahia está presente também em Salvador, Itabuna e Guanambi, “ O retorno de doenças antes controladas e a persistência de diagnósticos tardios expõem fragilidades da saúde pública. Desigualdades sociais, estigma, desinformação e dificuldade de acesso à prevenção continuam sendo entraves no combate às ISTs”.

Para o Dr. Vitor, a mudança desse cenário depende de uma tríade essencial: educação em saúde, ampliação da PrEP/PEP e início rápido do tratamento. “A combinação dessas estratégias tem potencial de reduzir novas infecções, garantir carga viral indetectável e promover qualidade de vida às pessoas que vivem com HIV”, destaca o professor. 

Por Flamarion Reis