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Autoconhecimento cerebral: o segredo para decidir melhor no trabalho
Tomar decisões sob pressão, lidar com imprevistos e manter o foco
diante de tantas demandas são desafios comuns no dia a dia profissional.
Segundo a juíza federal Alessandra Belfort, especialista em carreiras e
estudiosa da relação entre neurociência e comportamento, o primeiro
passo para melhorar o desempenho pode estar no próprio cérebro.
“Quando compreendemos nossos próprios gatilhos emocionais, passamos
a decidir com mais lucidez e menos impulso”, afirma Alessandra.
O autoconhecimento cerebral é a capacidade de reconhecer os
próprios estados mentais e padrões automáticos de reação. Ao entender
como o cérebro funciona, é possível agir de forma mais consciente e
estratégica nas situações de pressão.
“O autoconhecimento cerebral é, antes de tudo, uma ferramenta de
regulação emocional: permite reconhecer quando o sistema nervoso está
reagindo e quando realmente estamos escolhendo”, explica a juíza.
Durante muito tempo, acreditava-se que o sucesso profissional
dependia de eliminar as emoções. A neurociência, no entanto, mostra que
emoção e razão trabalham em conjunto.
“Em contextos profissionais, a performance melhora não por eliminar
emoções, mas por aprender a dialogar com elas”, destaca Alessandra
Belfort.
Ao reconhecer os gatilhos emocionais, é possível evitar decisões
impulsivas e compreender por que reagimos de determinada forma em
algumas situações.
O cérebro humano tende a repetir comportamentos e decisões baseados
em experiências passadas. Por isso, muitas pessoas sentem que estão
sempre enfrentando os mesmos desafios.
“O cérebro humano tende a repetir padrões de decisão baseados em
experiências passadas. Tornar esses padrões conscientes é o primeiro
passo para transformá-los”, explica a especialista.
Essa consciência abre espaço para escolhas mais maduras, coerentes e alinhadas aos objetivos profissionais.
Em um mundo acelerado, é comum tomar decisões às pressas.
Alessandra lembra que a clareza mental vem da pausa e da presença.
“Decisões equilibradas exigem menos pressa e mais presença:
compreender o funcionamento do próprio cérebro é o caminho mais direto
para isso”, afirma.
Práticas simples, como respirar fundo antes de responder a uma
situação estressante ou refletir sobre as emoções envolvidas, ajudam o
cérebro a agir com mais equilíbrio.
Para Alessandra Belfort, conhecer o próprio cérebro é um
diferencial competitivo e emocional. Mais do que produtividade, esse
conhecimento traz clareza, empatia e segurança.
“Entender como pensamos e sentimos é o caminho para crescer de
forma consistente — e tomar decisões que realmente refletem quem somos”,
finaliza.
Por DAIANE BOMBARDA
