Foto: Beatriz Menezes/Neojiba
Jovens de programas estaduais representam a Bahia no Festival Nosso Futuro
Cheios de ideias e sonhos, jovens baianos beneficiados por programas do Governo do Estado vão representar a Bahia no Fórum Festival Nosso Futuro, que será realizado desta quarta-feira (5) a sábado (8), na Doca 1, em Salvador, dentro da Temporada França-Brasil 2025. Serão 300 participantes, entre brasileiros, franceses e africanos, reunidos para discutir caminhos para um mundo mais inclusivo e sustentável. Serão debates, exposições, cinema, gastronomia e apresentações culturais com grandes nomes do Brasil, da França e da África. A programação completa com horários já está disponível no site oficial.
Entre os representantes baianos está Ana Mirela, jovem agricultora da comunidade da Matinada, em Taperoá, no Baixo Sul. Aos 19 anos, ela leva ao evento a experiência com agricultura agroflorestal e preservação ambiental, mostrando como a juventude baiana está engajada na construção de soluções socioambientais. “Vejo o evento como uma oportunidade para falar sobre sustentabilidade e sobre a preocupação com o êxodo de jovens para os grandes centros”, afirma.
Prestando vestibular para Ciências Agrárias, Ana Mirela integra o Projeto PROT’AIR – Turismo Sustentável em Áreas Protegidas França-Bahia, realizado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema). “Desde que estudei na Casa Familiar Agroflorestal do Baixo Sul, entendi melhor o que é sustentabilidade: suprir as necessidades de hoje sem comprometer o futuro. É sobre reciprocidade e responsabilidade — cuidar da terra e das pessoas, pensando nas próximas gerações”, completa.
Além dos representantes
do PROT’AIR, jovens Ecoguardiões da Sema também participarão do
Festival. O Ecoguardião Daniel Cardoso destaca a expectativa com a
experiência: “Espero aprender e trocar vivências. Cada história pode nos
inspirar e ampliar nosso jeito de pensar e agir. Quero contribuir com
ideias, ouvir bastante e voltar com novas energias para transformar a
nossa realidade.”
Reforçando conexões e aprendizados
Integrante da rede estadual de ensino, Gustavo Said, de 18 anos, músico do Neojibá, está entusiasmo com a sua participação. Ele acredita que o Fórum vai reforçar conexões e ampliar perspectivas sobre sustentabilidade. “Tenho certeza de que esse encontro vai fortalecer ainda mais os laços que já nos unem, historicamente e culturalmente. Estou com as expectativas lá em cima e espero aprender novas formas de cuidar do meio ambiente e pensar nossas cidades com mais responsabilidade e criatividade”, afirma o jovem.
Compartilhando a mesma expectativa, Izabel de Oliveira Silva, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual de Tempo Integral Ana Lúcia Aguiar Viana, está empolgada para participar do Fórum. Integrante do projeto “Revitalização da Cultura do Uso de Retalhos: Sustentabilidade, Moda Moderna e História Têxtil”, desenvolvido pela Secretaria da Educação (SEC), ela vê o encontro como uma grande oportunidade de aprendizado e troca. “Vai ser um momento de aprendizado e celebração, uma oportunidade única de conhecer outras culturas e trocar experiências sobre o meio ambiente”.
Ao todo, 100 jovens baianos foram selecionados por meio de políticas públicas estaduais, em iniciativas como Eco Guardiões, Jovens Comunicadores e do Campo, Juventude Indígena e Quilombola, Primeiro Emprego, Bahia Faz Ciência, Agências de Notícias, Mais Futuro, Partiu Estágio, Juventude Religiosa, Movimentos Sociais, PRONASCI Juventude e Bahia pela Paz.
À frente da Coordenação Geral de Políticas Públicas de Juventude (COJUVE), vinculada à Secretaria de Relações Institucionais do Estado, Nivaldo Millet ressalta a importância do encontro. “É simbólico que a Bahia, berço da cultura afro-brasileira, seja palco do Festival Nosso Futuro. A juventude é o coração das transformações sociais e ambientais que precisamos promover. Este evento reafirma nosso compromisso com um futuro sustentável, em que o protagonismo jovem, especialmente o da juventude negra, esteja no centro das decisões e das trocas entre Brasil, França e o continente africano.”
Exposição e exibição de filmes
Durante
o Festival, os museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural
da Bahia (IPAC), vinculados à Secretaria de Cultura do Estado
(SecultBA), participam ativamente da programação, abrigando quatro
exposições, três delas já em cartaz e uma com abertura marcada para a
terça-feira (4/11), às 17h, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia
(MAC_BAHIA): “Arquivo da perda”, da arquiteta, designer e curadora
beninense Olufemi Hinson Yovo.
São mostras de relevância internacional que reforçam o papel da Bahia como um dos principais polos culturais do país e resultam de uma ampla articulação entre instituições culturais brasileiras e francesas.
Também será realizado o Festival Cinemas do Futuro entre os dias 6 e 9 de novembro (quinta a domingo), na Sala de Cinema Walter da Silveira e na Saladearte Cinema da UFBA, em Salvador, integrando o Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África. A programação contempla a exibição de 24 filmes e a realização de duas mesas redondas com especialistas convidados. A entrada é gratuita.
O ciclo de filmes é baseado no catálogo da Cinémathèque Afrique do Institut Français, um dos maiores acervos de filmes realizados por cineastas do continente africano e suas diásporas.
