
Foto: Margareth Falcão/Divulgação
Estudantes do SESI Itapagipe conhecem projeto que recupera corais na Baía de Todos-os-Santos
O trabalho desenvolvido pelo projeto Corais de Maré, iniciativa da startup Carbono 14, com patrocínio da Braskem, que recupera recifes de corais na Baía de Todos-os-Santos, foi apresentado nesta sexta-feira (8), no SESI Itapagipe, em Salvador. A iniciativa integrou a programação da Mostra STEAM, sigla em inglês que significa educação em ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática, e que reuniu 65 alunos do 9º ano do SESI.
Durante a palestra, José Roberto Caldas, o Zé Pescador, CEO da Carbono 14, compartilhou sua trajetória e a apresentou o Corais de Maré, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Instituto de Pesca Artesanal de Ilha de Maré (IPA). Ele abordou desde os aspectos científicos do projeto até sua relevância social, ressaltando o papel do protagonismo comunitário e da educação ambiental na construção de soluções transformadoras.
“Foi um espaço muito importante para levarmos informação destes ambientes que estão perto da gente, mas que pouca gente conhece de fato: o que é o recife de corais, para que servem, como as mudanças climáticas os afetam, como nosso comportamento pode interferir de forma positiva o impacto que esses ambientes vêm sofrendo. Foi uma apresentação que abordou cidadania, liderança, participação social, entre outros assuntos. Fiquei muito feliz por receber este convite da escola”, declarou Zé Pescador.
Além da palestra, um estande interativo do projeto ofereceu aos participantes uma vivência sensorial com corais, apresentação de slides e demonstrações práticas. A proposta foi proporcionar uma experiência imersiva e educativa, conectando os alunos de forma direta com o universo marinho e os desafios ambientais da região.
A professora Patricia Filardi, responsável por promover a atividade, destacou o valor pedagógico do encontro. “A gente vive um processo de educação no qual, se não trouxermos os alunos para o conhecimento concreto, não conseguimos atraí-los. Desenvolvemos muito o senso de pesquisador com eles e, quando descobriram o Corais de Maré, ficaram encantados. Ao trazer esse conhecimento vivo para a sala de aula, conseguimos derrubar as paredes da escola e levar o aluno para o conhecimento concreto”, afirmou.
Para a gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia, Magnólia Borges, iniciativas como esta, que levam um projeto como o Corais de Maré para as salas de aula, fortalecem o compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a formação de futuros cidadãos e agentes de transformação social. “Essa é uma oportunidade valiosa para ampliar o alcance das discussões sobre sustentabilidade, preservação ambiental e desenvolvimento comunitário, especialmente entre os jovens. O Corais de Maré é um exemplo concreto de como ciência e educação podem caminhar juntas, promovendo uma influência positiva nas comunidades costeiras e inspirando novas gerações”, apontou.
Corais de Maré - Em três anos de atividade, o projeto que, com tecnologia inédita, utiliza o plástico e outros materiais para potencializar o crescimento da espécie de coral Millepora alcicornis, já promoveu a recuperação em uma área de 7 mil m² no fundo do mar da Baía de Todos-os-Santos.
Desde seu início, o Corais de Maré já transplantou 2.285 colônias de corais na Baía de Todos-os-Santos, sendo 685 delas apenas entre 2024 e 2025. A taxa de sucesso nos berçários é, também, motivo de comemoração. Apesar da maior onda de calor da série histórica, registrada em 2024, apenas 185 das 667 colônias instaladas até maio do ano passado sofreram branqueamento, e apenas 19 não resistiram - uma taxa de mortalidade de apenas 3%. Isso representa um índice de sucesso de 97% nos berçários.
Por Gabriel Gonçalves