A BioHealAtive e a Neoalgest, duas startups que surgiram nas salas de aula do Curso Técnico de Biotecnologia do SENAI Bahia, apresentaram seus produtos no NEon 2025 – Nordeste On, um dos principais eventos de inovação e tecnologia do Nordeste, realizado em Teresina (PI), no início do mês. O que elas têm em comum? Ambas nasceram na Saga SENAI de Inovação, iniciativa que fomenta a criatividade e o protagonismo de estudantes e docentes no desenvolvimento de projetos e soluções.
 
As empresas garantiram bolsa de R$ 39 mil, cada uma, após avançarem para a etapa final do Startup Nordeste 2024-2025. Antes disso, seus integrantes passaram por programas o Desafio Liga Jovem do Sebrae, o Inova regional do SENAI Bahia Programa de Incubação Discente Cimatec Startups, Febrace – Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, além de diversas feiras científicas e finalistas no Inova Nacional SENAI. A BioHealAtive, inclusive, foi selecionada no Edital de Chamada para Exposição de Startups na ExpoT&C/SBPC 2025, evento que está acontecendo (14 a 18.07), na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Recife-PE.
 
“O SENAI Bahia tem um compromisso de incluir seus estudantes no desenvolvimento de soluções criativas e sustentáveis para os desafios da indústria e da sociedade. Incentivamos o empreendedorismo jovem, e essas conquistas reforçam o impacto da educação empreendedora no desenvolvimento de negócios promissores e sustentáveis”, afirma a coordenadora do Centro de Inovação em Educação Profissional do SENAI Bahia, Fernanda Mikulski.
 
Trilha de fomento
 
A Saga SENAI de Inovação é uma jornada estruturada para estimular a aprendizagem por projetos, a resolução de problemas reais da indústria e o desenvolvimento de competências essenciais para o mundo do trabalho. Dividida em três grandes ações, ela permite que os estudantes vivenciem experiências práticas e de alto impacto: O Grand Prix SENAI de Inovação, o Desafio SENAI de Projetos Integradores e o Inova SENAI, que têm ampliado as possibilidades de empregabilidade, empreendedorismo e inserção no ecossistema de inovação e tecnologia. 
 
Ao participar das ações, os estudantes são inseridos em ambientes de pesquisa e desenvolvimento, recebendo apoio e reconhecimentos locais e nacionais, praticamente “carimbando seu passaporte” para contratações por empresas parceiras ou para a criação de negócios próprios.

Este é o caso do Alan Santana, 23, operador industrial no Grupo O Boticário. Técnico em Eletromecânica formado pelo SENAI Camaçari, ele participou, em 2022, de um Grand Prix na fábrica de cosmético e perfumaria, no eu município. Sua equipe desenvolveu um trocador de calor com automação aplicada para regular a temperatura corretamente em uma linha de envase de bisnagas. O projeto fui um sucesso, posteriormente aplicado na operação, e eles foram contratados.

“Hoje, o SENAI é uma porta de entrada para o emprego do jovem em Camaçari, a instituição é de suma importância para comunidade local para o desenvolvimento e aprendizado industrial”, afirma Alan.

Para o coordenador industrial do Boticário, Thiago Macedo, o Grand Prix é uma “oportunidade de troca superimportante entre nós e os alunos, em que os dois lados aprendem, ganham e se desenvolvem. O projeto mostrou o quanto eles tinham potência”, pontua.
 
Resultado semelhante aconteceu na empresa Órbita Tecnologia, que enfrentava o desafio de criar uma plataforma online robusta e escalável para a venda de ingressos, que atendesse às necessidades de diversos tipos. Seus donos resolveram realizar um Desafio SENAI de Projetos Integradores, uma competição por equipes com duração média de seis meses com foco em protótipos de média fidelidade e na interdisciplinaridade. Deu tão certo que estudantes saíram do processo contratados. 
 
“Os alunos são super engajados, criativos e cheios de vontade de aprender. Foi muito legal acompanhar o desenvolvimento das ideias e ver a inovação acontecendo na prática. Gostei tanto da experiência que contratei três alunos após o processo”, afirma a dona da Órbita, Thaiany Santana.
 
 
Brilho nos olhos
 
A jornada de Cauã Menezes, 18, aluno do Corso Técnico em Automação, no SENAI Dendezeiros, começou em 2023, quando sua equipe ficou em 1º lugar numa competição durante o Mundo SENAI com o SAPIS - Sistema de Análise da Produtividade Industrial em Série, um sistema de IA para reconhecimento de avarias na linha de produção industrial. Em 2024, eles melhoraram o projeto e foram aprovados no Inova SENAI. Os jovens buscaram parcerias com várias empresas, entre elas a BOMIX, a maior empresa de embalagens da América latina.  Resultado: eles e outros colegas do grupo foram contratados na modalidade Jovem Aprendiz, e o Cauã já foi efetivado como técnico em Automação.
 
Para a coordenadora de RH da Bomix, Elisangela Sucupira, as portas se abrem para os estudantes do SENAI por conta das habilidades que eles apresentam. “O desempenho deles é muito bom. No caso do Cauã, surgiu uma oportunidade e ele foi efetivado com quatro meses de empresa. A gente percebe o diferencial, eles (estudantes do SENAI) são muito responsáveis e curiosos, têm vontade de aprender e brilho nos olhos”, diz.
 

Fonte: FIEB