
O câncer de cólon e reto ocupa a terceira posição entre os tipos de câncer mais comuns no Brasil / Foto: Divulgação
ESMO 2025 - Imunoterapia representa uma estratégia promissora para pacientes com câncer de cólon localmente avançados, diz estudo
O câncer de cólon e reto ocupa a terceira posição entre os tipos de câncer mais comuns no Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma. Cerca de 15% dos cânceres localmente avançados no cólon (a parte mais longa do intestino) têm uma instabilidade de microssatélite – uma alteração genômica causada pela incapacidade das células de reparar o DNA – que pode levar à pior resposta à quimioterapia. A professora Jenny Seligmann, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, apresentou ontem (18) na 41ª Conferência da Sociedade Europeia de Medicina Oncológica (ESMO), em Berlim, na Alemanha, um estudo mostrando que a imunoterapia, antes da cirurgia, pode ser uma estratégia para pacientes com este tipo câncer.
Jenny Seligman e sua equipe compararam dois estudos, que avaliaram diferentes estratégias aplicadas antes da cirurgia em pacientes com esta neoplasia. O estudo FOxTROT, analisou a eficácia da quimioterapia neste cenário e o NICHE-2, a imunoterapia. Os resultados mostraram que, em três anos, a sobrevida livre da doença foi de 100% em pacientes que receberam a imunoterapia e 80% em pessoas que passaram por quimioterapia.
"Por enquanto, não se trata de um novo padrão consolidado, mas de uma evolução em estudo, com resultados iniciais muito positivos. A decisão terapêutica deve ser individualizada, considerando perfil molecular, estágio clínico e disponibilidade dos protocolos”, afirma o médico Frederico Müller, da Oncologia D’Or, especializado em câncer gastrointestinal.
O estudo FOxTROT comparou a quimioterapia antes da cirurgia com a quimioterapia pós-operatória. Nesse estudo foram avaliados 185 pacientes com deficiência de reparo de DNA. Já o NICHE-2 testou o uso dos imunoterápicos nivolumabe/ipilimumabe, antes da cirurgia, em pacientes 115 pacientes com a mesma deficiência.
Por Nora Ferreira