
O adenocarcinoma gástrico e gastroesofágico ocupa o quarto lugar entre os tumores mais comuns no mundo / Foto: Divulgação
ESMO 2025: Imunoterapia associada à quimioterapia reduz em 22% o risco de morte de pacientes com câncer gástrico em comparação ao tratamento tradicional
O adenocarcinoma gástrico e gastroesofágico ocupa o quarto lugar entre os tumores mais frequentes no mundo. O tratamento tradicional implica em cirurgia para a retirada total ou parcial do estômago, associado à quimioterapia. O estudo fase 3 MATTERHORN, apresentado ontem (17) na 41ª Conferência da Sociedade Europeia de Oncologia Clínica (ESMO), revelou que a associação de imunoterapia à quimioterapia reduziu em 22% o risco de óbitos de pacientes submetidos apenas à quimioterapia. A apresentação foi feita pelo professor Josep Tabernero, do Instituto de Oncologia Vall d'Hebron, em Barcelona, ??na Espanha.
“O estudo demonstra a importância da associação da imunoterapia com a quimioterapia antes da cirurgia, proporcionando ganho na sobrevida global e aumentando a chance de cura de uma doença agressiva como a neoplasia de estômago/junção gastroesofágico ressecável”, afirma o oncologista Frederico Müller, da Oncologia D’Or.
Como as taxas de recidiva com a terapia tradicional são altas, o oncologista João Fogacci, da Oncologia D’Or, acredita que “o estudo MATTERHORN consolida a imunoterapia associada à quimioterapia como o tratamento preferencial para a cura do câncer gástrico em pacientes que o toleram”.
MATTERHORN
Hoje em dia, o uso dos medicamentos fluorouracil, leucovorina, oxaliplatina e docetaxel para efeito de quimioterapia (também conhecido como terapia FLOT) consiste no tratamento padrão para pacientes adenocarcinomas gástricos ressecáveis ??e da junção gastroesofágica, junto com a cirurgia. Entretanto, as taxas de recorrência desses tumores permanecem altas.
O estudo MATTERHORN foi criado para verificar se o acréscimo do imunoterápico durvalumab poderia melhorar esses resultados. A pesquisa envolveu 948 pacientes, dos quais metade recebeu o imunoterápico e quimioterapia (D + FLOT), e os demais, placebo e quimioterapia.
No Congresso da ESMO de 2025, o professor Josep Tabernero apresentou a análise final de sobrevida global, que demonstrou uma melhora significativa na sobrevida global para D + FLOT em comparação com a quimioterapia e placebo, reduzindo em cerca de 22% o risco de óbitos em comparação com o uso de FLOT (com placebo). Esse benefício foi estatisticamente confiável (p = 0,021) e clinicamente relevante, mostrando ganho real de sobrevida global.
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