Considerada uma das principais competições da modalidade depois das Olímpiadas, o Mundial de Ginástica Artística, com início neste domingo (19), terá a medalhista olímpica Flávia Saraiva, principal estrela do Time Brasil, como um dos grandes destaques da competição. Com o crescimento da modalidade no Brasil e investimentos históricos, este será o primeiro teste importante da modalidade no ciclo olímpico visando Los Angeles 2028. 

"O Brasil vive um momento especial na ginástica artística, com cada vez mais popularidade e grandes resultados, e muito disso vem do trabalho silencioso feito nos clubes, que formam atletas desde as categorias iniciais, e parcerias em conjunto com a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). O CBC (Comitê Brasileiro de Clubes) tem orgulho de apoiar esse processo, garantindo estrutura, capacitação e oportunidades para que o talento floresça", afirma Paulo Maciel, presidente do CBC.

Nesse sentido, os resultados da modalidade não são um acaso, mas sim fruto de um trabalho contínuo de desenvolvimento, que envolve desde incentivos governamentais - como bolsa atleta e lei de incentivo fiscais - até o esforço de entidades como o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), responsável por apoiar clubes formadores em todo o país em frentes fundamentais para o desenvolvimento do esporte. 

O programa Bolsa Atleta, criado em 2005 e considerado o maior programa individual de patrocínio esportivo do mundo, já investiu mais de R$1,5 bilhão em mais de 37 mil atletas, aproximadamente 105 mil bolsas concedidas. Somente em 2025, o Governo Federal destinou um aporte recorde de R$176 milhões e alcançou a marca inédita de quase 10 mil beneficiados. Uma evidência deste investimento é que 90% dos atletas brasileiros convocados para o Mundial de Ginástica Artística são apoiados pelo programa.

“O Bolsa Atleta é uma iniciativa fundamental para o desenvolvimento do esporte no Brasil. O programa permite que atletas deem continuidade às suas carreiras e abre espaço para o surgimento de novos talentos, o que contribui diretamente para o desempenho esportivo do país”, afirma Vanessa Pires, CEO e fundadora da Brada, plataforma que conecta investidores a projetos de impacto positivo.

A popularidade da modalidade é outro ponto a se destacar. Com o sucesso que a ginástica atingiu nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, o esporte vem se tornando “queridinho” entre os brasileiros. Segundo o Ibope Repucom, no estudo denominado “Women and Sport”, 61% dos brasileiros são interessados em ginásticas artísticas, ou seja, mais de 71 milhões de pessoas. 

O reflexo social impulsiona a expansão de projetos esportivos. Programas criados pela a Associação Encaminhando e realizados pela Criape, como o “Na Atividade”, que oferece práticas físicas com uma abordagem recreativa nas diferentes modalidades da ginástica, e ‘MultiEsporte Para Todos’, que percorre vários Estados do Brasil, levando eventos de esporte e lazer às cidades, vêm transformando as vidas dos moradores e incentivando a prática do esporte. 

“O esporte é uma ferramenta de transformação. Queremos que esses projetos sirvam para muito além do lazer: que sejam espaços de crescimento pessoal e social. Nosso trabalho tem como missão usar as oficinas de esportes olímpicos - entre elas a ginástica - e diversas atividades recreativas. Esse projeto foi estruturado para que o esporte cumpra o papel não só de lazer, mas também de transformação social”, afirma Cleverson Dutra, diretor de projetos da Associação Encaminhando.

O Brasil iniciará a sua participação no mesmo dia da abertura da competição, no domingo (19), com finais previstas para acontecerem entre os dias 22 e 25 de outubro.