
Arlen Tavares é Engenheiro de Segurança especializado em Combate a Incêndio Estrutural e Florestal / Foto arquivo pessoal
Prevenção de Queimadas: Especialista alerta para os riscos das coivaras em Caetité
Com
a chegada do período mais crítico para queimadas em Caetité — entre
agosto e novembro —, aumentam os riscos associados à prática da coivara,
técnica ainda comum em áreas rurais para limpeza de terrenos, que
consiste na queima de folhas secas e galhos acumulados. As condições
climáticas desse período, com ventos fortes, altas temperaturas e baixa
umidade, tornam o ambiente especialmente propício à propagação do fogo,
que pode facilmente sair do controle. Somente na região de Caetité, são
registrados mais de 35 focos de incêndio por ano, todos com origem em
ações humanas, reforçando a urgência por conscientização e prevenção. Engenheiro
de Segurança especializado em Combate a Incêndio Estrutural e Florestal
da SGS Engenharia — empresa contratada pela BAMIN para a execução das
iniciativas de saúde e segurança operacional —, Arlen Tavares atua como
líder de Emergência deste contrato na unidade da BAMIN em Caetité. Com
26 anos de experiência, ele alerta para os riscos recorrentes. “É
cultural na região fazer a coivara durante o período de estiagem. Mas,
com as condições atuais do clima, é muito fácil perder o controle das
chamas. Já atuei em diversos focos na região, sendo pelo menos seis de
médio a grande porte, e todos começaram da mesma forma”, afirma. Os
impactos das queimadas vão muito além do fogo visível. A fumaça inalada
pela população pode agravar doenças respiratórias, e o fogo destrói
ninhos, mata animais silvestres e empobrece o solo, prejudicando
plantações e pastagens. Como muitas áreas atingidas ficam distantes da
zona urbana, o primeiro combate costuma ser feito por brigadas locais
até a chegada do Corpo de Bombeiros. “É uma corrida contra o tempo.
Muitas vezes, nossa equipe precisa agir imediatamente para evitar que o
fogo se alastre, até que o socorro especializado chegue”, explica Arlen. Para
evitar incêndios, é fundamental adotar comportamentos seguros. Arlen
lista ações que parecem simples, mas fazem a diferença: não queimar
terrenos, não soltar balões ou fogos de artifício, evitar descartar
bitucas de cigarro ou garrafas de vidro em áreas de vegetação seca. “Se
alguém avistar um foco de incêndio, deve ligar imediatamente para o 193 e
jamais tentar conter as chamas sozinho. Qualquer intervenção deve ser
feita com treinamento, equipamento adequado e, no mínimo, três pessoas”,
orienta. Como
parte de seu compromisso com a segurança e o meio ambiente, a BAMIN
promove campanhas educativas e de conscientização nas comunidades da
região, especialmente durante o período de seca. Essas ações têm o
objetivo de orientar a população sobre os riscos das queimadas,
incentivar práticas seguras e reforçar que prevenir é sempre a melhor
solução. “Preservar vidas, a fauna e toda a natureza precisa ser um
esforço coletivo. Evitem as coivaras e o uso do fogo sem assistência
técnica. A responsabilidade é de todos nós”, conclui Arlen. Por Mara Rocha