O Rio de Janeiro ganhou um novo espaço cultural que resgata e valoriza a memória afro-brasileira. Na última quinta-feira, 25 de setembro, foi inaugurada a Nova Casa da Tia Ciata, na Pequena África, região histórica do centro da cidade. O espaço foi revitalizado com investimento social de R$ 2,3 milhões da Fundação Banco do Brasil, em parceria com a Organização Cultural Remanescentes de Tia Ciata, e se consolida como centro cultural e formativo de referência para a valorização da cultura afro-brasileira.

O projeto contemplou a reforma estrutural completa do edifício sede, incluindo a instalação de sistema de energia solar fotovoltaica, climatização, elevador de acessibilidade e sistemas de informática, além da substituição de mobiliário, reforma da fachada com telhado colonial e pintura artística com temas da cultura afro-brasileira em áreas internas e externas.

Com a requalificação, a Nova Casa da Tia Ciata terá condições de ampliar suas atividades e oferecer cursos de corte e costura, cabeleireiro, computação e gastronomia, fortalecendo a geração de renda e as oportunidades para famílias da região.

Uma conquista para a comunidade

Durante a cerimônia, o presidente da Fundação Banco do Brasil, Kleytton Morais, ressaltou que a entrega do espaço é símbolo de valorização cultural e inclusão social. “É uma grande honra para a Fundação Banco do Brasil estar presente na inauguração da Nova Casa da Tia Ciata, um espaço que guarda e projeta a força da cultura afro-brasileira. A revitalização também vai contribuir para a renda e a qualidade de vida de muitas famílias, com a oferta de cursos e atividades formativas. A Casa será um endereço de encontro da comunidade, onde se fortalece a memória, a coletividade e o futuro”, disse.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a dimensão histórica e simbólica da entrega da Nova Casa da Tia Ciata. “A importância desse espaço é imensurável, por vários motivos: ancestral, cultural e de memória. A revitalização da Casa de Tia Ciata é uma forma de reestabelecer a memória da cultura negra e homenagear uma mulher que representa força, graça e luta. É também um exemplo da relevância de parcerias institucionais, como a da Fundação Banco do Brasil, que possibilitam que projetos como este saiam do papel e transformem vidas”, afirmou a ministra.

Já a bisneta de Tia Ciata e diretora-presidente da Organização Cultural Remanescentes de Tia Ciata, Gracy Mary Moreira, emocionou-se ao falar sobre a conquista: “Hoje celebramos a potência de um legado. A Casa de Tia Ciata é resultado de um esforço coletivo, que une instituições, comunidade e memória. Nada se constrói sozinho, e este espaço mostra a força da união em torno da preservação da nossa cultura”.

Cultura viva na Pequena África

A inauguração contou ainda com a presença de lideranças do movimento negro, representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Fundação Cultural Palmares, artistas, pesquisadores e membros da comunidade. O evento foi marcado por momentos culturais, apresentações musicais e a assinatura de um acordo de cooperação para o fortalecimento das atividades da Casa.

Para o representante regional da Fundação Cultural Palmares, Eliel Moura, a inauguração é um passo fundamental para a valorização da herança afro-brasileira. “É importante reconhecer a relevância dos remanescentes de Tia Ciata para o território”, ressaltou. 

A potência de um legado

Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata, foi uma das principais figuras da cultura popular carioca no início do século XX, considerada personagem central na história do samba e símbolo de resistência afro-brasileira. Sua casa era ponto de encontro para músicos, artistas e a comunidade negra, transformando-se em marco cultural e espaço de acolhimento.

Com a revitalização, a Nova Casa da Tia Ciata não apenas preserva este legado, como também amplia suas possibilidades, oferecendo formação, atividades culturais e oportunidades para as novas gerações.

Sobre a Fundação BB

Há 40 anos, a Fundação Banco do Brasil busca inspirar cada brasileiro a se tornar um agente de transformação da sociedade. A instituição acredita na força do coletivo para encontrar soluções viáveis na superação dos desafios e promoção do desenvolvimento sustentável. Nos últimos 10 anos, foram investidos R$ 2,7 bilhões em 10 mil iniciativas que impactaram positivamente a vida de 6,8 milhões de pessoas de 3.400 municípios no país.