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Foto: Wellington Rosário
Ipirá vibra com a 1ª FLIPIRÁ: três dias de literatura, cultura e encontros inesquecíveis
Ipirá celebrou com êxito a 1ª Feira Literária de Ipirá (FLIPIRÁ), registrando uma ocupação de 100% na rede hoteleira da região e que reuniu cerca de 6 mil pessoas em três dias de programação, com o tema “Literatura, Oralidades e Saberes Ancestrais: palavras que ecoam, raízes que ensinam”. O evento transformou a cidade em um grande palco de celebração da literatura e da cultura popular, com cortejos, shows, mesas literárias, lançamentos de livros e rodas de conversa.
A abertura contou com o cortejo do grupo A Pombagem, seguido de apresentações da Orquestra Jovem de Capim Grosso e do projeto Dançar a Vida. Ao longo dos dias, a FLIPIRÁ realizou 8 lançamentos de livros de autores independentes, como Regresso das Horas, de Pedro Sena, GENI, de Pedro Abib, e o livro de Iago Gomes, O Menino de Dentes Amarelos e Outros Contos de Memórias.
A feira também promoveu 7 manifestações culturais tradicionais, entre elas capoeira, samba de roda, aboio, xaxado e quadrilhas juninas, além de mais de dez apresentações artísticas e 4 shows musicais, incluindo Raimundo Sodré e Samba da Praça é Nossa.
Atividades simultâneas
O público ainda acompanhou 6 rodas de conversa e 6 mesas literárias que abordaram temas como literatura indígena, protagonismo estudantil, arte resistência e literatura negra. A programação contou com a participação de 5 editoras independentes, uma livraria e três livreiros. Para Ronival Ferreira, proprietário da Atlântica Livraria, a experiência foi marcante: “Foi muito boa! Muitos clientes da cidade e da região nos visitaram e é muito gratificante abrir a cultura para todos, porque a leitura ainda é restrita para alguns. A FLIPIRÁ foi uma grande oportunidade de aproximar ainda mais os leitores dos livros.”
Além das editoras, o evento contou com exposições de escolas estaduais e municipais e também arrecadou alimentos para o programa Bahia Sem Fome.
Autoridades ressaltaram a importância da feira. O secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, destacou que cada evento literário renova a esperança na formação de novos leitores. Já Sandro Magalhães, diretor da Fundação Pedro Calmon, reforçou que a Bahia apoia mais de 100 feiras literárias como política de valorização da literatura. “São espaços fundamentais de mediação entre escritores e leitores, que fortalecem cidades como Ipirá e marcam a história cultural da região.”
Livros para todos os públicos
Para os curadores, Ruth Nunes e Pedro Sena, o saldo foi altamente positivo. “Abrimos a FLIPIRÁ de forma muito positiva, com a cidade envolvida em um espetáculo de cores, palavras e encontros”, resumiu Pedro. Ruth destacou a alegria em ver crianças folheando livros e participando ativamente, lembrando que a feira compensou a ausência de uma biblioteca municipal ativa. Professores e estudantes também celebraram a experiência: o professor Cristiano da Silva ressaltou o impacto da robótica educacional, enquanto a estudante Luane Souza se emocionou ao conhecer de perto a escritora Bárbara Carine. “Achei Bárbara Carine inspiradora e adorei a minha experiência na feira de Ipirá, espero voltar mais vezes”, destaca a estudante.
Realizada com apoio do Programa Bahia Literária, da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura da Bahia, via Fundação Pedro Calmon, a FLIPIRÁ consolidou Ipirá como um novo marco cultural do Território da Bacia do Jacuípe e projetou a cidade como potência literária e criativa da Bahia.
Por Ana Geisa Lima