O Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, é um momento para reforçar a importância de cuidar da saúde cardiovascular. Embora a dor no peito seja o sintoma mais conhecido de doenças cardíacas, existem sinais menos evidentes que podem indicar risco e acabam sendo ignorados.

De acordo com o cardiologista e intensivista Dr. Raphael Boesche Guimarães, reconhecer esses sinais pode fazer a diferença entre a prevenção e uma emergência médica. “Problemas cardíacos não surgem do nada — muitas vezes há manifestações sutis ao longo do tempo que o paciente ou quem está ao redor ignora, por achar que se trata apenas de cansaço ou estresse. Esses sinais precoces podem fazer toda a diferença”, alerta o médico.

Entre os sintomas que merecem atenção, o especialista cita a falta de ar mesmo em repouso, as palpitações ou sensação de coração acelerado, o cansaço persistente sem motivo aparente e a dor que irradia para o braço, costas, pescoço ou mandíbula. “Esse tipo de dor, muitas vezes, está associado a quadros como o infarto e precisa ser avaliado rapidamente, principalmente se ocorrer em repouso ou após pequenos esforços”, explica.

O Dr. Raphael destaca ainda sintomas que muitos não relacionam ao coração, como sensação de indigestão, náuseas e desconforto abdominal. “Alguns pacientes descrevem como se fosse apenas um mal-estar digestivo, mas pode ser sinal de isquemia cardíaca, principalmente em mulheres”, reforça.

Outros sinais que não devem ser ignorados incluem tontura, desmaios, suor frio repentino e inchaço nas pernas e tornozelos, que podem indicar falha do coração em bombear o sangue adequadamente. Além disso, sentir-se extremamente cansado ao realizar esforços simples, como subir escadas ou fazer tarefas do dia a dia, também pode ser um alerta. “Quando o coração não funciona bem, falta energia, motivação e até prazer nas atividades. É preciso prestar atenção a esses sinais”, acrescenta o médico.

Segundo o especialista, a presença de dois ou mais desses sintomas, ou sua persistência, deve motivar uma avaliação médica o quanto antes. “Nenhum desses sinais isoladamente confirma um problema cardíaco, mas ignorá-los pode ser arriscado. Quanto antes investigarmos, maiores as chances de evitar complicações”, orienta.

Ele reforça ainda a importância de manter hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, sono de qualidade e controle de fatores de risco como hipertensão, colesterol alto, diabetes e tabagismo. “Cuidar do coração é cuidar da vida. Se notar algo diferente, não espere: procure ajuda médica”, conclui o Dr. Raphael Boesche Guimarães.