
Por Wellington Rosário
I FLIPIRÁ celebra o seu segundo dia com palestra do Cacique Juvenal Payáyá, cinema, música e muito mais
O segundo dia da 1ª Feira Literária de Ipirá (FLIPIRÁ), realizado nesta quinta-feira (25), consolidou o evento como um verdadeiro marco cultural do Território Bacia do Jacuípe. Com o tema “Literatura, Oralidades e Saberes Ancestrais: palavras que ecoam, raízes que ensinam”, a programação reuniu literatura, música, teatro e manifestações populares, atraindo um público diverso ao Centro Cultural Elofilo Marques e à Tenda Literária Caboronga.
Durante a manhã, foi aberta a programação com o Maculelê da Escola Municipal em Tempo Integral, seguido da mesa literária “A Voz Ancestral: Oralidades que Tecem Memórias e Potencialidades”, com a professora doutora Vanda Machado (UFRB) e mediação de Ruth Nunes (UFBA). Estudantes do CETI Prof. Arismário Sena Ferreira brilharam na Roda Literária “Tempos de Arte Literária”, apresentando produções criativas, sob a mediação de Tatiane Araújo.
Ainda no Centro Cultural, o público assistiu à apresentação cultural de Maculelê e Companhia (CETEP Prof. Luiz Carlos Araújo), com o professor Fernando Silva Pereira (Educa Mais Bahia). Na Tenda Caboronga, o dia começou com a roda de conversa “Juventudes, Educação do Campo, Agroecologia e Saberes Ancestrais: a caatinga vive, a caatinga dá sinais”, que incluiu a distribuição de mudas de plantas nativas.
Consciência e ancestralidade
Um dos momentos mais aguardados do dia foi a Roda de Conversa com o Cacique Juvenal Payáyá, que emocionou e lotou o Centro Cultural. Compartilhando saberes, memórias e reflexões sobre a literatura indígena e a retomada de consciência, Juvenal reforçou a importância da preservação da cultura ancestral e da luta dos povos originários. “Somos parecidos e, à medida que temos um encontro como este, em que as pessoas se identificam na cor, na fala, raça e território, é porque valeu muito a pena a nossa troca”, destaca o Cacique.
A programação seguiu com a energia do Grupo de Xaxado Pisada Forte, aboio e apresentações de capoeira e maculelê. Pela tarde, o espaço foi tomado pela alegria do show infantil de Zé Livrório, com muita dança e animação.
Também foi apresentada no Mercado de Artes uma roda de conversa com os ex-jogadores de futebol Marcelo Ramos (Bahia e Cruzeiro) e Marcos Vinícius (ex-Botafogo). O evento contou com a mediação do jornalista Danilo Ribeiro (Globo Esporte), que destacou a alegria em participar do evento. “É uma honra muito grande estar em Ipirá, uma cidade que faz parte da minha memória afetiva, e estar aqui na Flipirá é mostrar que, além de jornalista, eu também tenho o meu lado escritor”, destaca.
Noite de reflexão e música
A programação da noite foi marcada por grandes encontros culturais. O Grupo de Teatro Trupe Viajante do ARI emocionou com o espetáculo “Um homem e o seu caminhar: a jornada de Arismário”, sob direção de Normelita Oliveira (Educa Mais Bahia). Na sequência, a Mesa Literária “Sobre literatura e outras formas de arte-resistência: um encontro ipiraense de artistas da palavra” reuniu Puluca Pires, Iago Gomes, Dhon Silva, Normelita Oliveira, Rodrigo Santana e Alexandre Gusmão, com mediação de Pedro Sena (PPGEL/UNEB).
O encerramento da noite contou com a apresentação de Pedro Sena e a banda Paraíba do Acordeon, celebrando a força da música nordestina.
Realizada com apoio do Programa Bahia Literária, da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura da Bahia, via Fundação Pedro Calmon, a FLIPIRÁ reafirma, já em sua primeira edição, o papel da literatura como elo de memória, identidade e resistência cultural.
Por Ana Geisa Lima