
Foto: Divulgação / Arca
Brasil ganha centro estratégico que une SUS, saúde suplementar, dados e IA para repensar políticas públicas
Com a missão de discutir temas estratégicos da saúde, além de buscar caminhos para enfrentar questões como o envelhecimento populacional e a necessidade de inovação em políticas públicas, foi lançada em São Paulo, ontem, sexta-feira (12), a Arca, um think tank que reúne especialistas de diversas áreas e tem como trunfo o acesso permanente a dados atualizados das redes pública e privada no país. A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, compareceu ao evento de lançamento.
Ana Estela jogou luz sobre a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e da inovação para enfrentar os desafios do setor. “Somos um país com muita desigualdade, mas que fez uma opção arrojada, que é (manter) o SUS. Conseguimos ter uma política digital porque temos bases, sistemas estruturados. Precisamos cada vez mais da tecnologia para repensar as muitas questões de saúde do nosso tempo", disse Ana Estela, que tem sido uma das vozes mais relevantes quando o assunto é integração de dados e inovação em saúde pública.
Algumas iniciativas importantes já estão em curso na Arca. Entre eles está o projeto-piloto que tem como objetivo utilizar dados, inteligência artificial e cooperação entre diversas áreas para diagnosticar precocemente o câncer de pulmão No Brasil, a doença causa cerca de 38 mil mortes por ano. "Quero parabenizar pela criação da Arca e desejar muito sucesso. Espero que o Ministério da Saúde esteja à disposição e possa interagir e construir junto com vocês", afirmou Ana Estela Haddad.
O conselho estratégico da Arca é presidido pelo médico e gestor de saúde Francisco Balestrin. O colegiado conta ainda com representantes de empresas de referência no setor, como Rede D’Or, Galileu, Amil e Mevo, fundadoras do projeto. "Vamos nos dedicar a contribuir com o que é importante para o setor de saúde. Vamos discutir temas técnicos, vamos falar de inovação, meio ambiente e tudo que de alguma forma interfira na saúde, inclusive os chamados fatores sociais determinantes para a saúde, como violência, fome e educação", afirmou Balestrin.
Como think tank dedicado à saúde, a Arca terá como foco desafios atuais para instituições, profissionais e gestores públicos e privados. Entre os temas de interesse estão o melhor uso da inteligência artificial na saúde e novas ferramentas capazes de identificar o aumento de alguns tipos de câncer, por exemplo. Também estarão em pauta temas como os hospitais saudáveis e a reforma da saúde suplementar. O primeiro projeto-piloto já está em fase de planejamento e visa a utilizar a inteligência artificial para detectar precocemente o câncer de pulmão.
DADOS E INTELIGÊNCIA A FAVOR DA SAÚDE
No momento em que a inteligência de dados, inteligência artificial na saúde e hospitais saudáveis surgem como fatores estratégicos para otimizar recursos, antecipar crises globais e promover o bem-estar para a população, a Arca tem como trunfo o acesso a um sistema que atualiza e compila os dados de saúde de todo o país. A ferramenta — disponível para os participantes do think tank e com acesso simples e intuitivo — orienta tomada de decisões e serve de insumo estratégico para os debates e estudos no âmbito da Arca.
Entidades do setor serão convidadas a participar dos projetos da Arca, contribuindo em discussões estratégicas voltadas para a busca de soluções para desafios da saúde. Também serão inauguradas, em breve, as Confrarias da Arca — encontros exclusivos que reunirão lideranças em políticas públicas e CEOs de saúde, fomentando discussões de alto nível e gerando propostas conjuntas.
Balestrin lembrou ainda a necessidade de atualização constante e busca dos usos mais eficientes da tecnologia para o setor. "Os termos promoção, prevenção, recuperação e reabilitação são os pilares fundamentais sobre os quais a atuação em saúde deve se desenvolver. Para avançar na área da saúde, é crucial adotar a modernidade, que implica na implementação de políticas digitais e na digitalização do sistema de saúde, visando ampliar o acesso e aprimorar a qualidade dos serviços", explicou.
Por Marcelle Secchin Firmino