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Festival Feira Preta 2025 chega a Salvador com programação inédita e foco na economia criativa preta
O maior festival de cultura negra da América Latina desembarca na Bahia. De 26 a 30 de novembro de 2025, o Festival Feira Preta chega a Salvador com uma programação especial que integra cultura, inovação, mercado, memória e afroempreendedorismo. Em sua primeira edição na capital soteropolitana, o evento será realizado na região da Cidade Baixa, no entorno do Mercado Modelo, como parte do programa Salvador Capital Afro, promovido pela Prefeitura.
A chegada da Feira Preta marcando o encerramento do ciclo de novembro do Salvador Capital Afro, consolida a cidade como um dos pólos mais importantes da cultura afro-diaspórica no mundo.
Programação diversa e protagonismo negro
A agenda começa com o HackOrquestra, entre os dias 26 e 28 de novembro: um hackathon que reunirá especialistas em crédito, fintechs, universidades e empreendedores negros para desenvolver soluções de inclusão financeira para a economia criativa preta — incluindo um fundo de microcrédito, uma plataforma de avaliação de risco com recorte racial e um roadmap de ações afirmativas junto a instituições de interesse.
No dia 28, a programação será dedicada ao empreendedorismo negro com talks, oficinas e ativações de marcas voltadas para os empreendedores da rede FEIRA PRETA, além do lançamento oficial do relatório final do 1º Estudo sobre Afroempreendedorismo na América Latina: promovendo a Economia e a Inclusão, resultado de uma parceria entre o CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, o Instituto Feira Preta e o Plano CDE.
Já nos dias 29 e 30, o público poderá participar de atividades de cultura e entretenimento abertas e gratuitas, com destaque para:
- Feira de produtos e serviços de empreendedores negros
- Desfile de Moda em parceria com a iniciativa Fancy África, de Moçambique
- Área gastronômica
- Palcos musicais com atrações nacionais e internacionais
- Programação infantil e apresentações de stand-up
- Delegações internacionais e rodas de conversa sobre moda, economia criativa, cultura, inovação e identidade negra
Estrutura e parcerias
O Festival Feira Preta ocupará os equipamentos culturais icônicos da Cidade Baixa, como o Mercado Modelo, a Casa das Histórias, a Casa da Música, o Hub Salvador/DOCA1 e o Arquivo Público Municipal. A ocupação desses espaços fortalece o Distrito Criativo, reposicionando a região como território de memória, criatividade, inovação e turismo e prosperidade afrocentrada.
A realização conta com apoio institucional dos governos federal (via Lei Rouanet), estadual (por meio do Faz Cultura) e municipal (SECULT Salvador), além do patrocínio de marcas como Nubank, Assaí Atacadista, Nivea e Pinheiro Neto Advogados.
Importância e legado
Para Adriana Barbosa, fundadora e CEO da Feira Preta, a edição baiana representa um marco simbólico e estratégico:
“A Feira Preta nasceu para ser um instrumento de prosperidade para a população negra, e chegar à Bahia — terra-mãe do Axé, da resistência e da criatividade preta — é como conectar nossa história com nosso futuro. Não estamos falando de um festival apenas, mas de um ecossistema vivo, pulsante, que movimenta a economia preta, ativa territórios e transforma realidades. Já atuamos no recôncavo baiano há anos por meio da Embaixada Preta em Cachoeira e com várias edições do Feira Preta Cria realizados na região, e Salvador é agora também a casa da Feira Preta.”
O evento reforça a vocação da capital baiana como epicentro da cultura negra no Brasil, com articulação entre cultura, turismo, economia, criatividade, inovação, e políticas públicas. “A Feira Preta não é sobre vender ingresso: é sobre gerar valor, reconhecimento e renda para a comunidade negra e fazemos isso por meio de uma Tecnologia Social que atua de forma sistêmica, integrando formação, investimentos financeiros diretos, educação, produção de dados, incidência política e nossa grande celebração, o Festival”, completa Adriana.
Por Carlos Samôr