
Empreendedores do setor de turismo poderão ter acesso aos recursos dos FNE e FDNE. Foto: Depositphotos.com
FDNE e FNE priorizarão microcrédito e projetos estruturantes em 2026
Os
fundos regionais FNE e FDNE, integrantes da carteira de instrumentos
financeiros da Sudene direcionados ao setor produtivo, tiveram suas
diretrizes e prioridades de aplicação de recursos definidas nesta
terça-feira (19), por meio das resoluções 192 e 193 do Conselho
Deliberativo da Sudene. Publicadas no Diário Oficial da União, as
medidas orientam o uso dos recursos do Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo de Desenvolvimento do
Nordeste (FDNE) que somam quase R$ 50 bilhões para contratação pelos
empreendedores.
O
FNE, principal instrumento de financiamento das políticas de
desenvolvimento nos onze estados na área da Sudene, inicia 2026 com
expectativa de quase R$ 48 bilhões em orçamento. Segundo a medida
assinada ad referendum pelo secretário-executivo do Ministério da
Integração e do Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro - na condição
de presidente do Conselho Deliberativo da Sudene -, os recursos poderão
ser acessados por empreendedores urbanos e rurais, empresas de
diferentes portes e produtores da agricultura familiar, com foco na
expansão de cadeias produtivas estratégicas.
Entre
os setores tidos como prioritários para as operações com recursos do
FNE estão energias renováveis, indústria de transformação com ênfase em
inovação, agricultura familiar, infraestrutura, turismo e economia
criativa. Pelo menos 51% dos recursos do FNE devem ser destinados a
empreendimentos com faturamento anual de até R$ 16 milhões, e 75% desse
montante precisa atender empresas e produtores com receita de até R$ 4,8
milhões, demonstrando o foco nos pequenos negócios.
Também
terão prioridade projetos vinculados ao Novo Programa de Aceleração do
Crescimento (Novo PAC), às diretrizes da Nova Indústria Brasil (NIB) e
ao Plano de Transformação Ecológica (PTE).
A
definição das diretrizes do FNE para 2026 considerou, ainda, parâmetros
do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), avaliações de
desempenho do fundo, recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU)
e contribuições recebidas em consulta a estados e entidades
representativas. Segundo a coordenação-geral de Cooperação e Articulação
de Políticas da Sudene, a metodologia adotada para o FNE resultou, nos
últimos ciclos, em aumento de 11% na disponibilidade de crédito para
micro e pequenas empresas e produtores rurais, e em crescimento de 18,5%
nos recursos destinados à agricultura familiar por meio do Pronaf.
Já
o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste, com previsão orçamentária de
quase R$ 2 bilhões para 2026, será destinado ao apoio de projetos
estruturantes de maior porte em setores estratégicos para o
desenvolvimento regional. O fundo é uma das principais fontes de
financiamento de empreendimentos estruturantes como a Ferrovia
Transnordestina.
No
próximo ciclo, os recursos do FDNE devem atender projetos associados a
arranjos produtivos locais da agropecuária, infraestrutura turísca,
adensamento de cadeias produtivas estratégicas, iniciavas de
especialização produtiva inteligente. Com relação à agenda de
infraestrutura, o fundo regional também pode financiar o desenvolvimento
da cadeia de energias renováveis, projetos de integração logística
regional e de implantação e melhoria da infraestrutura de mobilidade
urbana. Saneamento ambiental, conservação e combate à desertificação,
saúde e educação também são setores contemplados.
Fonte: Sudene