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ARTIGO - Eficiência e escalabilidade: como a integração de sistemas está transformando canais de distribuição digitais e varejo físico = Por Rubens Nogueira Filho
Se há uma lição que os canais de distribuição – digitais e físicos - aprenderam nos últimos anos, é esta: quem depende de processos manuais está fadado a ficar para trás. A digitalização acelerada e o volume maior de dados exigem que as operações sejam mais ágeis, precisas e adaptáveis. Dessa forma, a integração de sistemas surge como uma necessidade imperativa. Mas por que essa tecnologia se tornou tão indispensável para redes varejistas, operadoras de celular, carteiras digitais e fintechs, especialmente em operações de grande escala?
Quando múltiplos sistemas conversam entre si, a eficiência operacional atinge um novo patamar. Processos que antes dependiam de intervenção manual, desde a adesão de clientes até a conciliação de pagamentos, passam a fluir de forma automatizada. O resultado é a redução de erros, a economia de tempo e, principalmente, a liberação de equipes para atividades que exigem análise e estratégia, em vez de tarefas repetitivas.
Um varejista que, antes, precisava acessar três plataformas diferentes para fechar um contrato. Agora, com sistemas integrados, os dados transitam sem atritos, eliminam “retrabalho” e aceleram a conclusão de negócios. Essa agilidade beneficia a operação interna, e também impacta indiretamente o cliente, que recebe respostas mais rápidas e serviços mais transparentes.
Um dos maiores desafios dos canais de distribuição hoje é expandir suas operações sem aumentar proporcionalmente seus custos. É aí que plataformas integradas mostram seu valor. Processos automatizados, como cobrança e repasse, permitem que a empresa atenda a um volume maior de clientes sem sobrecarregar sua estrutura.
Então como as companhias que ainda resistem à tecnologia pretendem competir em um mercado cada vez mais personalizável? A verdade é que a escalabilidade não é mais um luxo reservado a gigantes do setor; se tornou uma condição básica para sobrevivência.
Curiosamente, o consumidor comum não nota diretamente a integração de sistemas, e talvez esse seja o maior elogio à sua eficácia. O que ele experimenta é um serviço mais ágil, menos burocrático e com menos falhas. A transparência nas informações e a velocidade na resolução de sinistros, por exemplo, são reflexos de um backoffice bem estruturado.
No entanto, o maior impacto ocorre nos bastidores. Canais de venda e fornecedores de seguros, antes desconectados, agora operam em sincronia. Isso significa menos ruídos na comunicação, menos retrabalho e, consequentemente, mais eficiência em toda a cadeia.
Ainda assim, a adoção plena dessas soluções enfrenta resistências. Muitas empresas encaram a integração como um projeto de TI, e não como uma transformação de negócios. Há quem tema perder controle ou acredite que sistemas externos representam ameaças, e não oportunidades.
O desafio, portanto, não é apenas técnico, mas cultural. Equipes precisam entender que a tecnologia não existe para substituí-las, mas para potencializar seu trabalho. Quando essa mentalidade muda, a integração deixa de ser um obstáculo e se torna um acelerador de resultados.
Além de otimizar processos existentes, a integração abre caminho para inovações. Novos modelos de negócios, como seguros sob demanda ou produtos customizáveis, tornam-se viáveis quando a infraestrutura tecnológica permite experimentação rápida e escalável.
O mercado de distribuição e produtos financeiros brasileiro está em um ponto de inflexão. Quem abraçar a integração como parte da estratégia colherá frutos em eficiência, crescimento e satisfação do cliente. Quem hesitar, arrisca ficar para trás em uma corrida que não espera por ninguém.
A pergunta que fica não é se as empresas devem adotar essas soluções, mas quando — e o relógio já está correndo.
Rubens Nogueira Filho, sócio da SSI Massificados - Formado em Administração de Empresas, o profissional tem mais de 30 anos de atuação na indústria de seguros. É reconhecido como um dos pioneiros na distribuição de seguros massificados no Brasil, contribuindo significativamente para a evolução e do setor.