Foto: Roberto Abreu
Festival Paisagem Sonora celebra centenário de Mãe Stella com lançamento de livro e exibição de documentário
A 7ª edição do Festival Paisagem Sonora traz uma programação especial ao Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, na nesta sexta-feira, dia 5, às 18h. Na ocasião, será exibido o documentário “Pedagogia da Ancestralidade: Fé, Educação e Liderança no Ilê Axé Opô Afonjá”, dirigido por Danillo Barata, Pró-Reitor de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e curador do festival. A obra conta a história do terreiro, que foi liderado por Mãe Stella de Oxóssi, a quinta Iyalorixá da Casa de Xangô e a primeira sacerdotisa imortal da Academia de Letras da Bahia, que se estivesse viva, completaria 100 anos, em 2025.
Além do documentário, será lançado o livro “Ilê Axé Opô Afonjá”, também escrito por Danillo Barata e com fotografias de Roberto Abreu. A publicação é produzida pelo Selo Editorial Anjo Negro, da UFRB, uma plataforma de difusão intelectual, estética e política de temas ligados às matrizes afro-brasileiras.
“Este livro é resultado de um percurso de escuta, convivência e diálogo. Nasceu das derivas e conversas partilhadas com o povo do terreiro, com suas vozes, gestos e silêncios, que fazem do Ilê Axé Opô Afonjá um espaço de memória viva, fé e pedagogia ancestral. As páginas que seguem foram tecidas a muitas mãos, num exercício de aproximação entre a palavra escrita e a palavra ritual. São fruto do convívio e da escuta atenta com Mãe Ana de Xangô, Yalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, cujas reflexões e experiências contribuíram para compreender o Afonjá como um território de saberes e práticas que atravessam a história, a espiritualidade e a educação”, explica Danillo Barata, autor do livro e diretor do documentário.
Outras quatro obras serão lançadas pelo selo Anjo Negro durante o Festival, no mesmo dia, na Casa Rosa, no Rio Vermelho. Entre os títulos estão: “Alberto Pitta: FúnFún DúDú”; “Nações do Candomblé”, de Mateus Aleluia; “Bembé do Mercado: Dossiê de Registro como Patrimônio Cultural do Brasil”; além de um box com os 21 “Cadernos de Educação do Ilê Aiyê”.
Durante os três dias, o evento traz também seminários e debates sobre arte e educação, no Teatro Cambará da Casa Rosa. Na sexta (05), a programação de seminários abre às 15h30, com o tema “Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola”, com Zara Figueiredo, Secretária da SECADI (MEC). Na sequência, o Pró-reitor de Extensão e Cultura da UFRB, Danillo Barata, ministra o seminário “Programa Música e Educação para as Organizações da Resistência”.
No sábado (06), os produtores musicais Arto Lindsay, Alê Siqueira e Nancy Viegas participam do seminário “Paisagens Sonoras: Processos Criativos e Redes do Comum”, às 14h. Também no sábado, com mediação de Mara Felipe, o tema “Reconfigurações do Carnaval Negro” será debatido por Eric Mazone (Afrocidade), Alberto Pitta e Rogério Oliveira (Cortejo Afro) e Giba Gonçalves (Olodum), às 15h. Já no domingo (07), “Museu Itamar Assumpção: Memória, Música e Afrofuturismo” é tema do seminário, às 14h30, com Anelis Assumpção, cantora e filha do artista. Encerrando a programação de seminários, às 15h30, o cantor e compositor Lazzo Matumbi fala, no “Seminário Clube da Radiola”, sobre o álbum “Atrás do Pôr do Sol”, com mediação da pesquisadora e professora da UFRB Tatiana Lima.
Com ingressos já esgotados, as apresentações musicais envolvem DJs e bandas, começando com o Cortejo Afro, que convida Arto Lindsay, seguido por Afrocidade, no dia 05. Já no dia 06, é a vez de Afoxé Filhos de Gandhy, A?TTØØXXA? e Marcia Castro com a Roda de Samba Reggae. No dia 07, encerrando o festival, se apresentam Ilê Aiyê e Lazzo Matumbi, que convida Anelis Assumpção.
A programação completa está disponível no site.
Por Natália Carneiro
