No mês simbólico da campanha “Dezembro Vermelho”, a cidade de Itabuna, no Sul da Bahia, é ligado o alerta para o HIV/Aids. Atualmente, o Centro de Referência em Prevenção, Assistência e Tratamento (CERPAT) registra 2.212 pacientes em procedimento, provenientes de Itabuna e municípios pactuados. Somente este ano, 140 pessoas iniciaram o tratamento e a região registrou seis óbitos pela doença.

Os números colocam Itabuna com uma das maiores taxas de registros de internações por sífilis e HIV/Aids na região Sul do estado e uma das maiores da Bahia. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SESAB), enquanto, para sífilis, há uma média de 0,4 internações por 100 mil habitantes, para o HIV/Aids a média é de 2,2 por 100 mil habitantes.

Com isso, a campanha Dezembro Vermelho torna-se mais que uma cor simbólica, representa um chamado à ação para a realização de testes rápidos, diagnóstico precoce e tratamento imediato.

“As altas taxas de internação se devem principalmente ao diagnóstico tardio. Muita gente ainda espera ter algum sintoma para fazer o teste de HIV. Embora o teste seja oral, através da saliva, e disponibilizado gratuitamente pelo SUS, as pessoas não fazem e quando o fazem, o diagnóstico é tardio e com sintomas que pedem a internação para compensação clínica”, explica o professor da Afya Itabuna e infectologista, Fernando Romero.

O especialista alerta também que a prevenção é ainda o mais importante e que, para isso, as pessoas devem usar preservativos ao manterem relações sexuais. “A relação sexual envolve penetração. Pode ser vaginal, anal ou oral. Todos esses comportamentos configuram uma relação sexual, então tem que ter uma proteção em todos os esses momentos. Quando se faz o diagnóstico, o ideal é que seja no momento precoce, antes dos sintomas, para, dessa forma, começar a tomar o medicamento, controlar a doença e a pessoa nunca sentir nada em relação ao HIV”, destaca.

Por Flamarion Reis