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Foto: Valter Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB
Imposição tarifária dos EUA poderá afetar setores estratégicos da indústria da Bahia, alerta FIEB
A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) recebeu com preocupação o recente anúncio de elevação das tarifas incidentes sobre os produtos brasileiros pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. Alinhada à posição manifestada pela Confederação Nacional da Indústria, a instituição baiana enfatiza a urgência no enfrentamento da questão, reforçando a necessidade de intensificar as negociações e o diálogo para superar as divergências e construir soluções capazes de reverter essa situação.
Na indústria baiana, a medida pode afetar segmentos como os de celulose e de petroquímica, bem como a exportação de produtos como manteiga e líquor de cacau e pneus, dentre outros, que fazem parte da cadeia regional.
Os Estados Unidos são hoje o terceiro destino das exportações baianas. No primeiro semestre deste ano, o volume exportado representou 8,3% do total, o que sinaliza uma queda de 1,2% quando comparado com o primeiro semestre de 2024. Trata-se de um montante de US$ 440 milhões, de um total de US$ 5,1 bilhões exportados pela Bahia, e que representa aproximadamente 1% do PIB da Bahia.
A indústria é o principal exportador da Bahia para o mercado americano, com cerca de US$ 399 milhões, o equivalente a 90,6% dessas vendas e a 12% de todas as exportações da indústria do estado.
Caso a elevação tarifária seja mantida, a celulose tradicional será um dos principais produtos afetados, responsável por 16,2% das vendas baianas para esse mercado, com US$ 71,4 milhões no primeiro semestre, valor equivalente a cerca de 12% das exportações do setor.
Manteiga e líquor de cacau também são relevantes, representando 10,7% das vendas do estado para esse mercado e cerca de 24% das exportações do segmento. A celulose solúvel, com US$ 46,7 milhões, vem logo em seguida e destina 24% de suas exportações para os Estados Unidos. Também os pneus têm participação relevante, já que 34% de suas exportações vão para esse destino, num total de US$ 40 milhões no primeiro semestre, o que equivale a 9,1% das exportações baianas para lá. Esses setores, por mais que comprimam suas margens, perderão competitividade e serão fortemente afetados.
Na petroquímica baiana, produtos como benzeno, isopreno e paraxileno são exportados exclusivamente para os Estados Unidos. Outros produtos, como o ácido acrílico, têm mais de 60% de suas exportações destinadas a esse mercado. Embora individualmente não esteja entre os cinco principais produtos para lá exportados, o setor tem cerca de 25% de suas exportações enviadas a essa economia. Ademais, o setor fornece insumos para segmentos que devem experimentar uma retração nas vendas para os EUA.
Diante desse cenário, a FIEB defende que a negociação e o diálogo são essenciais para reverter o quadro e preservar a relação comercial com os Estados Unidos.
Fonte: FIEB