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Instituto Alok apoia iniciativa pioneira de integração social e bem-estar às pessoas com nanismo
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receber uma carta assinada por Alok junto a um kit que contém qualidade
de vida. Foi o que aconteceu com 52 pessoas que vivem com nanismo e que
foram convidadas a integrar o projeto INNspira, desenvolvido pelo
Instituto Nacional de Nanismo (INN) com suporte do Instituto Alok em
recursos financeiros e assessoria técnica. Com objetivo de dar maior
visibilidade, inclusão e autonomia a esse grupo, a ação atende pessoas
de várias regiões do Brasil em áreas multidisciplinares como nutrição,
psicologia, fisioterapia e educação física, com foco na saúde mental,
fortalecimento muscular e reeducação alimentar. O programa é pioneiro e
funciona de forma presencial e online com suporte contínuo e monitorado
com materiais de apoio e equipamentos que promovem mudanças positivas no
estilo de vida dos atendidos, além da luta por pertencimento,
empoderamento e direitos dessa parcela da população.
“Comecei
a atuar na causa quando tive o diagnóstico do meu filho, com 32 semanas
de gestação (hoje ele tem 18 anos). Mergulhei em conhecer tudo sobre o
assunto e me deparei com a ausência de informação e acolhimento.
Entendemos como família que esse era o nosso papel: gerar informação e
criar uma comunidade que receba adultos e famílias com o diagnóstico. Há
cinco anos trabalho integralmente pelo INN. Nosso objetivo é tirar a
comunidade da invisibilidade, garantir os seus direitos, promover o
protagonismo e combater o preconceito ainda culturalmente aceito”, diz Juliana Yamin, presidente e fundadora do Instituto Nacional de Nanismo.
Entre
os beneficiados está o comediante Gigante Léo de 46 anos de idade e
1,10m de altura. Ele que é vencedor do Prêmio Multishow de Humor em
2012, hoje, além do lado artístico, se dedica a ministrar palestras
sobre diversidade e assuntos motivacionais.
“As
aulas oferecidas pela equipe técnica do INN têm deixado as turmas muito
animadas. As pessoas com nanismo precisam de um bom trabalho corporal e
estamos felizes em poder colaborar com esta comunidade que vive uma
cruel invisibilidade, além de serem vítimas de preconceitos e
esteriótipos”, fala Devam Bhaskar, diretor executivo do Instituto Alok.
O INNspira tem apoio da prefeitura de Goiânia, onde se localiza a sede do INN. No Brasil, a legislação vigente oferece suporte através da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), por exemplo, que assegura direitos como acessibilidade em espaços públicos e privados, além de promover a inclusão educacional e profissional sem discriminação. Aproximadamente 50 mil brasileiros vivem com nanismo e enfrentam desafios únicos no dia a dia, esses que variam desde acessibilidade física em espaços públicos até estereótipos sociais que limitam suas oportunidades. O impacto na saúde também é sério e, de acordo com a pesquisa Lifetime Impact Study for Achondroplasia (Lisa) realizada no Brasil, Argentina e Colômbia, 53% das pessoas com nanismo e com idade entre 8 e 17 anos sentem dor em pelo menos uma parte do corpo. Reconhecido como deficiência física desde 2004 no Brasil, aqueles nessa condição, enfrentam o preconceito social que muitas vezes torna o fato em motivo de piada e infantilização.
Por Ketlyn Santos