Indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2022, o longa indiano “Escrevendo com Fogo” (2021) narra a inspiradora trajetória de um grupo de mulheres indianas que, há duas décadas, desafiam tradições ao manterem um jornal independente enfrentando desigualdades de gênero. 

Dois documentários brasileiros dirigidos por mulheres entram na plataforma: “Gyuri” (2019), de Mariana Lacerda, acompanha a premiada fotógtafa Claudia Andujar, sobrevivente do Holocausto, que encontrou um novo propósito no Brasil, dedicando sua vida à proteção dos povos Yanomami. O filme nos leva por uma viagem emocional e geográfica, explorando as conexões entre vidas e terras aparentemente distantes; Já “Leite e Ferro” (2011), de Cláudia Priscila, mergulha no cotidiano das prisioneiras de um Centro de Atendimento Hospitalar à Mulher Presa (CAHMP), por meio de depoimentos corajosos das detentas. 

Por fim, "Brainwashed: Sex-Camera-Power"(2022), dirigido por Nina Menkes, é uma jornada pela política de gênero na indústria cinematográfica, a partir da análise de cenas dos filmes. Com mais de 175 clipes de filmes e entrevistas com cineastas e acadêmicos, o documentário lança luz sobre a misoginia e o paternalismo que têm permeado a história do cinema. Desde os primórdios até os dias de hoje.

SESC DIGITAL | PROGRAMAÇÃO DA SEMANA

ESTREIA DIA 24/08

BRAINWASHED: SEX-CAMERA-POWER

Dir.: Nina Menkes | EUA | 2022 | 107 min | Documentário | 14 anos

Em "Brainwashed: Sex-Camera-Power", a diretora Nina Menkes mostra a jornada reveladora pela política de gênero do design de cenas nos filmes. Usando mais de 175 clipes de filmes, bem como entrevistas com cineastas e acadêmicos, “Brainwashed” revela uma estrutura sinistra de misoginia e paternalismo que, desde o início do cinema até os dias atuais, se infiltra em alguns de nossos filmes favoritos. Disponível até 23.02.24.

Imagens: brainwashed

GYURI

Dir.: Mariana Lacerda | Brasil | 2019 | 87 min | Documentário | Livre

Gyuri traça uma linha geopolítica improvável entre uma aldeia húngara (a pequena cidade de Nagyvarad) e a terra indígena Yanomami, na Amazônia Brasileira. Isso se dá através da história de vida de Claudia Andujar. Judia, sobrevivente da segunda guerra mundial, Claudia perdeu toda sua família em campo de concentração nazista. Exilada no Brasil, dedicou sua vida à salvaguarda dos povos Yanomami.

Imagens: gyuri

LEITE E FERRO

Dir.: Cláudia Priscila | Brasil | 2011 | 73 min | Documentário | 12 anos

O documentário revela o dia a dia das prisioneiras de um Centro de Atendimento Hospitalar à Mulher Presa (CAHMP) e através de depoimentos das detentas. O longa apresenta a realidade de mulheres que cometeram crimes e por um curto espaço de tempo passarão a conviver com a maternidade. Entre os personagens reais, a prisioneira Daluana, traficante desde os 10 anos de idade e hoje casada aos 40, revela detalhes de sua trajetória no mundo do crime e das prisões, detalhes também revelados por outras presas.

Imagens: leite e ferro

ESCREVENDO COM FOGO

Dir.: Rintu Thomas e Sushmit Ghosh | Índia | 2021 | 92 min | Documentário | 10 anos

Oscar 2022. A inspiradora história de um grupo de mulheres indianas que há vinte anos mantém um jornal independente, rompendo tradições e enfrentando os homens que as rodeiam. Determinadas a manter a publicação, precisam migrar para o digital.

Imagens: escrevendo com fogo

SESC DIGITAL | PROGRAMAÇÃO 34º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS-METRAGENS

Assista gratuitamente de 24/8 a 10/9 em sescsp.org.br/curtakinoforum

SPITI

Dir.: Marcio Miranda Perez, Nivaldo Godoy Jr. | Brasil (SP) | 19 min | 2023 | Documentário, Experimental | 12 anos

Investigando memórias reais e suposições imaginárias, um menino se confronta com um fantasma de infância enquanto narra a fundação do local onde cresceu na periferia de São Paulo.

REALTÀ POROSA

Dir.: Tiberio Suppressa | França | 6 min | 2022 | Animação, Experimental | 14 anos

Assim como na prática da colagem, recorto elementos dos meus vídeos e monto-os no software, hibridizando-os com objetos 3D. Recrio espaços híbridos, expressando uma realidade porosa.

NOSTALGIA PARA O LAGO

Dir.: Arturo Maciel | Paraguai, Argentina | 13 min | 2023 | Documentário, Experimental | Livre

Uma visão do Limbo, onde o canoeiro do lago eterno flutua em seu bote, entre o sono e a vigília. Curta realizado no Peru dentro do laboratório Filming in the Amazon, sob orientação do cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul.

AQUI ONDE TUDO ACABA

Dir.: Juce Filho, Cláudia Cárdenas | Brasil (SC) | 19 min | 2023 | Documentário, Experimental | Livre

Filme que transita entre o documentário e a ficção para abordar uma cultura em extinção, a dos indígenas no Brasil. Trata-se de uma partilha de saberes realizada na Aldeia Bugio (SC).

ESPECTRO RESTAURACIÓN

Dir.: Felippe Mussel | Brasil (RJ) | 7 min | 2022 | Documentário, Experimental | Livre

O espectrograma sonoro de um incêndio no Pantanal, bioma que sofre constantemente com o avanço do agronegócio na América do Sul.

OBSERVE O FOGO OU QUEIME NELE

Dir.: Caroline Poggi, Jonathan Vinel | França | 18 min | 2022 | Ficção, Experimental | 12 anos

Na Córsega, uma mulher decide curar a terra queimando-a.

MAIS OU MENOS TRABALHANDO

Dir.: Total Refusal | Áustria | 20 min | 2022 | Documentário, Animação | Livre

Sob os holofotes, os personagens não jogáveis dos videogames. Uma lavadeira, um cavalariço, um gari e um carpinteiro são observados com precisão etnográfica em suas rotinas de figurantes.

E6-D7

Dir.: Eno Swinnen | Bélgica | 16 min | 2023 | Animação, Experimental | 12 anos

Uma máquina solitária encontra uma espécie de amor em seu sucessor andróide avançado. Como lidar com um amor que o torna obsoleto?

O TOQUE FANTASMA

Dir.: Pablo Cuturrufo | Chile | 20 min | 2023 | Documentário, Experimental | 12 anos

Um usuário explora a plataforma do VRChat, espaço de realidade virtual no qual os participantes interagem por meio de avatares. Em cada mundo, ele conversa com diferentes usuários, articulando uma história das lutas da nova geração.

MAS ONDE FICA ORNICAR?

Dir.: Oscar Maso y Guëll Rivet | França | 6 min | 2022 | Documentário, Experimental | 12 anos

Em um mundo esvaziado de seus habitantes, resta uma pessoa tentando viver como antes.

Sobre o CineSesc

O CineSesc iniciou seu funcionamento em 21 de setembro de 1979, no número 2075 da rua Augusta, em São Paulo, e se dedica à missão de fomentar a difusão do cinema de qualidade, exibindo obras que muitas vezes ficam fora do circuito comercial nas salas de cinema e plataformas online. Sua programação inclui grandes e pequenas produções do mundo todo. Além de realizar e integrar a curadoria de mostras e festivais, o CineSesc também recebe importantes eventos do calendário cinematográfico paulistano, como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival Mix Brasil e o Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, entre outros. O cuidado com a programação tem reconhecimento do público e da crítica, que o elegeu, por diversas vezes, a melhor sala especial de cinema de São Paulo.

Sobre o Sesc Digital

A presença digital do Sesc São Paulo vem sendo construída desde 1996, sempre pautada pela distribuição diária de informações sobre seus programas, projetos e atividades e marcada pela experimentação. O propósito de expandir o alcance de suas ações socioculturais vem do interesse institucional pela crescente universalização de seu atendimento, incluindo públicos que não têm contato com as ações presenciais oferecidas nas 40 unidades operacionais espalhadas pelo estado. No ar desde 2020, a plataforma Sesc Digital apresenta gratuitamente ao público conteúdos de diversas linguagens artísticas, como teatro, música, literatura, dança, artes visuais, entre outras. Com curadoria do CineSesc, a programação de cinema oferece ao público, filmes premiados, clássicos e contemporâneos, ficções e documentários, produções brasileiras e de várias partes do mundo.

Por Karina Almeida