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Foto: Divulgação
Dia da Música Popular Brasileira (17): especialista comenta ligação entre os jovens e a ‘Nova MPB’
Nesta sexta-feira, 17, o Dia da ‘Música Popular Brasileira’ completa treze anos desde a sanção da Lei nº 12.624.
Ao longo das seis últimas décadas, o gênero consolidou-se como uma das
expressões mais autênticas da identidade nacional, em meio a
transformações sociais e políticas que marcaram os anos 1960 e 1970. Desde então, a MPB manteve a estética revolucionária que a tornou símbolo de liberdade e criação artística. Os nomes que emergiram nesse período, como Caetano, Gil, Tim Maia, Elis Regina, Gal Costa e Maria Bethânia moldaram o imaginário musical e estenderam suas influências até a nova geração de brasileiros. Faixas que dominaram as rádios, programas de auditório e trilhas sonoras de novelas, como Acende o Farol, Velha Infância e Arrastão,
tomaram parte do cotidiano de todo o país. Com o avanço das plataformas
digitais, esses sucessos migraram dos vinis e CDs diretamente para o Spotify e o YouTube, encontrando um novo público. Ao redescobrir os clássicos da MPB, os mais jovens – da Geração Z e um contingente dos millennials – encontraram um espaço para se expressar dentro do gênero, o que despertou um novo fenômeno: a ‘Nova MPB’. Entre os nomes que transitam por essa cena, estão consolidados Zai, Marina Sena, Rachel Reis, ANAVITÓRIA e Liniker. Atenta a esse novo cenário, a produtora cultural, booker e empresária Marcela Silva, explica que a retomada da MPB pela Geração Z
estimulou a cena de novos talentos, contribuindo para a valorização de
artistas, espaços culturais e gravadoras independentes. Próximo às
celebrações do ‘Dia da Música Popular Brasileira’, a especialista afirma que as novas vozes têm ressignificado o conceito do gênero musical; mas que ainda trazem inspiração em artistas clássicos. “O
consumo de música pela GenZ está criando novos moldes e transformando a
MPB como conhecíamos; mesclando influências contemporâneas aos seus
versos e ritmos, o que torna o gênero mais plural e conectado com o
momento vivido. Essa proposta, mais dinâmica, se tornou símbolo de
pertencimento e identidade. Não estamos mais diante daqueles versos que
marcaram os Anos 90, mas de releituras apaixonadas, remixes ou
influências de obras que partem de Milton Santos, Chico Buarque, Legião
Urbana, Tom Jobim, entre outros”, comenta. Gestora de talentos, Marcela cuida atualmente das carreiras de Zai e Cinara, considerados dois novos expoentes da MPB e do R&B nacional. A empresária, que também já gerenciou a cantora Melly, entende que o mercado está sujeito a uma audiência mais jovem e que não se restringe a rótulos. “Esse contato com a GenZ trouxe de volta à liberdade e a criação artística famosa dos Anos 60 e 70”, observa. A
Geração Z tem sido o maior motor de redescobertas da MPB nas
plataformas digitais e nos festivais. Segundo dados recém-divulgados
pelo Spotify, o consumo da MPB no streaming cresceu 47%, entre 2022 e 2024; sendo que deste total, cerca de 64% foi liderado por jovens – com idades entre 18 e 24 anos.
Por Antonio Anselmo