Preservação, conservação, fiscalização, sustentabilidade e cuidado: país voltou a ser protagonista nas discussões sobre meio ambiente/Foto: Divulgação
Retomada de políticas ambientais reposiciona Brasil no centro das discussões globais
Ao
iniciar o terceiro mandato à frente do Governo do Brasil, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva encontrou um cenário ambiental com taxas de
desmatamento em patamares recordes, órgãos de fiscalização fragilizados,
políticas ambientais desmontadas e o país isolado no cenário
internacional. Simultaneamente, o Brasil enfrentava bloqueio de acordos
comerciais e a paralisia do Fundo Amazônia, até então a maior e mais
transparente iniciativa para redução de emissões por desmatamento e
degradação florestal (REDD+) baseada em resultados no mundo.
Frente ao
desafio, a pasta de Meio Ambiente e Mudança do Clima passou a liderar
uma das mais abrangentes e ousadas operações de reconstrução
institucional da história recente. Com o argumento de que não há
desenvolvimento econômico desassociado da sustentabilidade, a gestão
estabeleceu um modelo em que a preservação deixou de ser vista como
obstáculo e se tornou alavanca para um projeto nacional de futuro. Como
resultado, o Brasil se reposicionou como liderança global na agenda do
clima.
“Ao longo
dos últimos três anos, o presidente Lula transformou a política
ambiental e climática em efetivamente transversal no governo, ponto
crucial para que essa agenda atinja o potencial máximo de geração de
desenvolvimento econômico e preservação da vida e dos ecossistemas”,
destaca a ministra Marina Silva. “Não apenas recompusemos o orçamento e
capacidade operacional dos órgãos ambientais. Reabilitamos a governança
ambiental e derrubamos o desmatamento à metade na Amazônia e em 32,3% no
Cerrado, e estabelecemos a lógica de que a proteção ao meio ambiente e o
enfrentamento à mudança do clima são centrais para que tenhamos um
futuro próspero e seguro, com direito à segurança alimentar e hídrica e
um regime climático equilibrado”, completa.
DESMATAMENTO
»
NA AMAZÔNIA CAIU 50%, com três anos seguidos de queda. De agosto de
2024 a julho de 2025, foram 5.796 km², o terceiro menor da série
histórica (1988)
» NO CERRADO CAIU 32,3%, segundo ano consecutivo de redução
BOLSA VERDE
» PAGAMENTO DE R$ 600 a 84 mil famílias de 2023 até dezembro de 2025. Medida alcança 436 ÁREAS em 113 municípios
TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA
»
R$ 138,1 BILHÕES mobilizados via Fundo Florestas Tropicais para Sempre,
Eco Invest, Fundo Clima, Fundo Amazônia e Fundo Nacional do Meio
Ambinente
GOVERNANÇA DO FOGO
»
EM COMPARAÇÃO com a média de 2017 a 2024, Brasil registrou, de janeiro a
novembro de 2025, redução de 39,5% na área queimada nos seis biomas. DESTAQUES: Amazônia (queda de 75,8%) e Pantanal (de 93,3%)
NOVO PAC
» DESTINOU R$ 3,1 BILHÕES para linha de biocombustíveis e restauração de ecossistemas
PRIORIDADES
A prioridade foi a recomposição dos orçamentos e da força de trabalho
do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e
do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Com recursos e quadro de servidores restaurados, foi possível realizar a
maior contratação de brigadistas florestais federais da história para
prevenir e combater incêndios florestais em 2025, adquirir equipamentos,
reativar bases de operação em regiões críticas e permitir fiscalização
de grande porte.
AMBIENTE ESTÁVEL
Foram revogados atos normativos que enfraqueciam a proteção ambiental e retomados instrumentos fundamentais. O Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e
seu equivalente para o Cerrado (PPCerrado) foram reestruturados. Também
foram criados Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento
para o Pantanal (PPPantanal), Mata Atlântica (PPMata Atlântica),
Caatinga (PPCaatinga) e Pampa (PPPampa). Hoje, todos os biomas contam
com PPCDs, que reúnem estratégias para a preservação em diferentes eixos.
BOLSA VERDE
O programa Bolsa Verde foi relançado. A política estratégica conecta a
conservação ambiental à garantia de cidadania e melhoria da qualidade
de vida das populações mais vulneráveis do campo e da floresta. Desde
sua reativação em 2023, até dezembro de 2025, o programa beneficiou 84
mil famílias com pagamento trimestral de R$ 600. O programa alcança mais
de 436 áreas em 113 municípios e oferece serviços de Assistência
Técnica Rural a mais de 3,4 mil famílias. O Bolsa Verde contribui para
que famílias em situação de baixa renda desenvolvam atividades de uso
sustentável dos recursos naturais em áreas prioritárias para
preservação, como Unidades de Conservação e Projetos de Assentamentos
Ambientais Diferenciados. Das famílias beneficiadas, 62% são chefiadas
por mulheres, 90% por pessoas negras (quilombolas e comunidades
tradicionais) e 2,17% por indígenas.
VOZ ATIVA
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a Comissão Tripartite Nacional, fundamentais
para a governança ambiental, foram fortalecidos. A sociedade voltou a
ter voz na construção das políticas com a 5ª Conferência Nacional do
Meio Ambiente (5ª CNMA), após 11 anos de hiato. Em maio de 2025, 1.501
delegadas de todos os estados, reunidos em Brasília (DF), elegeram mais de 100 propostas prioritárias
para subsidiar a implementação da Política Nacional sobre Mudança do
Clima. Neste ano, em outubro, ocorreu a 6ª Conferência Nacional
Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, que trouxe à capital federal 800
participantes, entre estudantes, acompanhantes e educadores.
POVOS INDÍGENAS
A criação do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) representou outro
marco histórico, reconhecendo formalmente que a proteção das florestas é
inseparável da garantia dos direitos dos seus povos originários, os guardiões mais eficazes da biodiversidade e dos saberes das florestas.
DEMARCAÇÃO
A demarcação de Terras Indígenas (TIs) foi retomada com a perspectiva
de reparação histórica. De 2023 a 2025, 21 TIs foram contempladas com
Portaria Declaratória, 20 foram homologadas e 10 reservas foram
constituídas. Com isso, 51 Terras Indígenas voltaram a receber atenção
do Governo Federal, contrastando com o período anterior, quando nenhuma
Terra Indígena foi declarada ou homologada e não houve portaria de
constituição de reserva. Além disso, operações de desintrusão foram
concluídas em nove Terras Indígenas e cerca de 280kg de ouro apreendido.
BAIXO CARBONO E BIOECONOMIA
Outro foco foi uma transição para uma Economia de Baixo Carbono e
Fomento à Bioeconomia. O Governo do Brasil compreendeu que a
fiscalização sozinha não seria suficiente: era preciso oferecer
alternativa econômica viável e lucrativa às populações da floresta, para
demonstrar que a floresta em pé vale mais do que a derrubada: gera
emprego, renda e desenvolvimento regional.
Para
isso, ampliar e criar incentivos financeiros e regulatórios ajudou a
impulsionar a transformação ecológica em diversos setores. Desde 2023,
foram alavancados R$ 138,1 bilhões de financiamento para o
desenvolvimento sustentável, a partir de instrumentos como o Fundo
Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), Eco Invest, Fundo Clima, Fundo
Amazônia e Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA).
FLORESTAS TROPICAIS PARA SEMPRE
Essa visão foi reforçada pelo presidente Lula ao lançar, durante a
Cúpula de Líderes da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) em Belém (PA), o (TFFF)
Fundo Florestas Tropicais para Sempre, iniciativa inovadora para
fornecer recursos previsíveis, permanentes e em larga escala para a
conservação de florestas tropicais em países em desenvolvimento. O
mecanismo mobiliza capital público e privado e, de forma baseada em
resultados, destina fundos à conservação e ao uso sustentável das
florestas tropicais.
“As
florestas tropicais são essenciais para a regulação do clima, a proteção
dos solos, a salvaguarda dos sistemas de água doce e a conservação da
maior parte da biodiversidade terrestre do planeta. Embora os fatores de
perda das florestas tropicais variem entre as regiões, uma causa comum é
a subvalorização dos serviços ecossistêmicos que elas prestam. Estamos
determinados a assegurar que as florestas tropicais valham mais em pé do
que destruídas”, disse Lula na ocasião.
FUNDO AMAZÔNIA
O Fundo Amazônia não apenas foi reabilitado como atingiu, em 2025, o
maior volume anual desde sua criação, em 2008, com cerca de R$ 2 bilhões
em projetos aprovados. O mecanismo aumentou a escala de atuação,
avançou na restauração de áreas degradadas, expandiu o apoio a
atividades produtivas sustentáveis em toda a Amazônia Legal e ampliou
ações de combate e prevenção a incêndios florestais para o Cerrado e o
Pantanal. O desempenho se soma aos resultados do período de 2023 a 2025,
quando o Fundo aprovou e contratou R$ 3,7 bilhões em projetos, o
equivalente a 56% de todo o volume apoiado desde que foi instituído,
consolidando a retomada operacional e a ampliação da capacidade de
execução.
MUDANÇA DE TRAJETÓRIA
O sucesso da estratégia mostra uma reversão importante nos
indicadores de destruição da vegetação nativa, que responde pela maior
fatia das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Dados do sistema
Prodes, do INPE, indicam que o Brasil reduziu a destruição florestal em
50% na Amazônia em 2025 na comparação a 2022, acumulando três anos
consecutivos de quedas relevantes. O número registrado de agosto de 2024
a julho de 2025 – 5.796 km² – é a terceira menor taxa da série
histórica, que começou a ser medida em 1988.
No
Cerrado, o segundo maior bioma do país e considerado o berço das águas,
por abrigar as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da
América do Sul, a queda do desmatamento nos últimos três anos foi de
32,3%. Este é o segundo ano consecutivo de declínio, após cinco de alta
(2019 a 2023). Com o resultado, foi evitada a emissão de 733,9 milhões
de toneladas de CO2 equivalente por desmatamento na Amazônia e Cerrado
desde 2022. O valor equivale às emissões relativas a 2022 de Espanha e
França somadas.
“Nos
últimos três anos, reduzimos o desmatamento na Amazônia pela metade. Em
2025, a queda foi de 11,08%. Estes números são fruto do compromisso do
governo em zerar o desmatamento em todo o país até 2030 e das ações
implementadas desde o início de nossa gestão. No cerrado, a redução do
desmatamento em 2025 foi de 11,49%. Queda de 34% em relação a 2023.
Manter a floresta em pé é mais lucrativo que destruí-la”, afirmou o
presidente Lula em postagem em outubro, quando foi divulgada a taxa
Prodes para 2025.
GOVERNANÇA DO FOGO
O combate aos incêndios florestais obteve um dos resultados mais
visíveis. Em comparação com a média para o período nos anos anteriores
(2017 a 2024), o país registrou, de janeiro a novembro de 2025, redução
de 39,5% na área queimada, que decresceu nos seis biomas. Na Amazônia, a
queda foi de 75,8%; no Pantanal, de 93,3%. O fogo é o principal
instrumento para "limpar" áreas desmatadas ilegalmente. O combate aos
incêndios é tratado com prioridade. A implementação, por exemplo, da
Política de Manejo Integrado do Fogo (PNMIF - Lei 14.944/24), sancionada
pelo presidente Lula em julho de 2024, tem sido central para
transformar o Brasil em um país resiliente ao fogo diante dos desafios
impostos pela mudança do clima.
A PNIMF é
gerida pelo MMA e busca estabelecer a coordenação entre governo
federal, estados, municípios, setor privado e sociedade civil para
fortalecer e ampliar medidas de prevenção, preparação e controle de
incêndios. Tem o objetivo de reduzir a incidência e os danos causados
pelos incêndios florestais ao mesmo tempo em que reconhece o papel
ecológico do fogo em determinados ecossistemas e valoriza os saberes
tradicionais de manejo.
Os resultados no combate aos incêndios em 2025 também podem ser justificados pela:
» Reestruturação da governança ambiental, com a retomada dos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento para todos os biomas do país
» Retomada da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, que reúne 19 ministérios sob a presidência da Casa Civil e a secretaria-executiva do MMA
» Intensificação das ações de fiscalização e monitoramento por meio do Ibama e ICMBio, com o apoio de outros órgãos como Inpe, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai);
» Mais ações de comando e controle que reativaram instrumentos financeiros como o Fundo Amazônia, que fortalecem os órgãos federais, estaduais e municipais e impulsionam o desenvolvimento sustentável no bioma.
COP30
O Brasil reassumiu o papel de protagonista na agenda global do clima
ao ser escolhido para sediar a COP30, que ocorreu em Belém, capital
paraense, em novembro. A conferência, que marcou os dez anos da
assinatura do Acordo de Paris, aprovou um pacote robusto que cumpriu
seus três objetivos principais: fortalecer o multilateralismo em um
momento reconhecido como desafiador, conectar o multilateralismo
climático às pessoas e acelerar a implementação das decisões pactuadas
na última década para enfrentar a mudança do clima.
MAPAS DO CAMINHO
Na dimensão política, o Brasil liderou um debate global sem
precedentes sobre o futuro do uso dos combustíveis fósseis. Essas fontes
de energia – petróleo, gás e carvão – são responsáveis por 73% das
emissões de gases de efeito estufa no mundo. A alta concentração na
atmosfera provoca o aquecimento do planeta e a alteração de seus padrões
climáticos. A necessidade de promover a transição foi citada pelo
presidente Lula em seus discursos ao longo da Cúpula do Clima de Belém,
que antecedeu a COP30, e na conferência. “Estou convencido de que,
apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do
caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento,
superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos
necessários para esses objetivos”, disse o presidente.
Ao fim da
reunião em Belém, a Presidência brasileira da COP30 anunciou, por
iniciativa própria, processos para elaboração de duas iniciativas:
» Mapa do Caminho para a Transição dos Combustíveis Fósseis de maneira justa, ordenada e equitativa
» Mapa do Caminho para interromper e reverter o desmatamento
Em
dezembro, o Governo do Brasil deu contornos nacionais à medida. Em
despacho, o presidente Lula determinou a quatro dos ministérios
integrantes do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) – Casa
Civil, Fazenda, Meio Ambiente e Minas e Energia a elaboração, em 60
dias, de proposta de resolução com o objetivo de estabelecer diretrizes à
elaboração do mapa do caminho para uma transição energética justa e
planejada para a redução gradativa da dependência de combustíveis
fósseis no país, além de mecanismos de financiamento adequados à
implementação da política de transição energética, inclusive a criação
do Fundo para a Transição Energética.
LIDERANDO PELO EXEMPLO
Após 17 anos desde a primeira versão, em dezembro de 2025, o Governo
do Brasil também aprovou o Plano Clima, guia das ações de enfrentamento à
mudança do clima no país até 2035. O instrumento traz as diretrizes
para a implementação da meta climática nacional sob o Acordo de Paris (a
NDC, na sigla em inglês), pela qual o país se comprometeu a reduzir
entre 59% e 67% de suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até
2035 em relação a 2005.
O
objetivo geral é orientar e catalisar ações coordenadas à transição para
uma economia com emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até
2050, além da adaptação dos sistemas humanos e naturais à luz do
desenvolvimento sustentável e da justiça climática. Um dos principais
saldos do Plano Clima é seu caráter democrático: ao estabelecer soluções
eficazes à emergência climática, distribui responsabilidades harmônicas
rumo às emissões líquidas zero em 2050 ao mesmo tempo em que projeta um
cenário de crescimento sustentável para todos os setores econômicos.
ECONOMIA VERDE
Para construir a economia do futuro, o Novo PAC destinou
R$ 3,1 bilhões para a linha "Biocombustíveis e Restauração de
Ecossistemas", voltada a financiar projetos de reflorestamento,
recuperação de áreas degradadas e produção de energia limpa. O modelo de
Concessão Florestal ganhou impulso e viabilizou que 1,33 milhão de
hectares de florestas públicas federais fossem concedidas para manejo
sustentável, o que já garantiu arrecadação de R$ 257,74 milhões – um
indício de que é possível conciliar produção florestal legal com
conservação.
BALANÇO TRIENAL
No balanço dos primeiros três anos da retomada ambiental, o país saiu
de uma espiral de destruição e descrédito para uma trajetória virtuosa.
Os resultados, no entanto, não são motivo para complacência, mas para
consolidação e aceleração. Os desafios futuros são conhecidos:
consolidar a redução do desmatamento até seu fim ilegal, escalar os
investimentos em bioeconomia para que se tornem regra e não exceção no
interior da Amazônia, avançar na regularização fundiária para combater a
grilagem e integrar definitivamente a preservação ambiental ao
planejamento das políticas de infraestrutura, energia e agricultura.
VOCAÇÃO NATURAL
O caminho traçado entre 2023 e 2025 demonstra que, quando a ciência é
ouvida, as instituições são fortalecidas e os povos da floresta são
respeitados, o Brasil é capaz de realizar uma de suas vocações: ser
potência ambiental, provedor de soluções para a crise climática global e
exemplo de que desenvolvimento e natureza devem caminhar juntos.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
