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Baiana se destaca no principal programa de formação de lideranças do agro com projeto para organizar viveiristas de cacau
A agrônoma Daniele Santos de Souza, de Itabuna, no Sul da Bahia, está entre os dez destaques nacionais da 6ª edição do CNA Jovem, considerado o maior programa de formação de lideranças do agronegócio brasileiro. O resultado foi anunciado no domingo (7), durante encontro nacional realizado na sede do Sistema CNA/Senar, em Brasília.
Daniele foi selecionada com o projeto ViverCacau, que propõe a criação da primeira associação nacional de viveiristas de cacau — um elo estratégico, mas historicamente pouco organizado, da cadeia produtiva. A iniciativa aposta na articulação técnica e institucional dos viveiristas para ampliar qualidade, padronização, representatividade e acesso a políticas públicas e mercados.
Nesta edição do programa, 3.700 jovens iniciaram a formação. Apenas 62 chegaram à etapa final e 10 foram reconhecidos como destaques nacionais, representando Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Santa Catarina.
Durante a cerimônia, o diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, destacou o papel da Rede CNA Jovem, que reúne cerca de 10 mil participantes em todo o país, e anunciou novos investimentos a partir de 2026. Segundo ele, o Sistema CNA/Senar vai selecionar 100 jovens das três últimas edições para um plano de desenvolvimento de médio prazo, com capacitações, missões técnicas no Brasil e no exterior, além de mentoria continuada.
Como parte do reconhecimento, os dez destaques nacionais participarão ainda de uma missão técnica pelas principais regiões do agronegócio brasileiro, voltada à troca de experiências e à aproximação com diferentes realidades produtivas.
Projeto nasce da prática no território
Doutoranda em melhoramento genético de cacau, Daniele explica que o ViverCacau começou a ser desenhado em 2017, a partir de sua atuação acadêmica e profissional no Sul da Bahia.
“Os viveiristas de cacau atuam de forma dispersa e não se sentem representados coletivamente. A proposta da associação nasce dessa lacuna”, afirma. A iniciativa conta com apoio técnico e institucional do Centro de Inovação do Cacau (CIC) e de professores da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), que contribuíram para a estruturação do projeto e a mobilização de profissionais de diferentes regiões do país.
Para Daniele, o reconhecimento no CNA Jovem amplia a responsabilidade. “Agora é transformar a proposta em realidade, fortalecer a articulação nacional e dar voz a quem sustenta a base produtiva do cacau”, diz. A meta é qualificar a produção de mudas, fortalecer a renda dos produtores e contribuir para uma cacauicultura mais organizada, eficiente e sustentável.
Mais informações sobre o programa CNA Jovem: cnajovem.org.br
Por Lívia Cabral
