Ação contou com a participação do Amendoim, protagonista do filme "Caramelo", da Netflix (Divulgação/Petlove e Instituto Caramelo)
Cães resgatados levam apoio emocional a crianças em tratamento contra o câncer em ação no A.C.Camargo, em São Paulo
Apoio, carinho, inclusão, o dia na ala pediátrica e adulta do A.C.Camargo contou com visitantes diferentes nesta última sexta-feira, 12. Com as presenças de Jacaré, Romeu, Lex, Murakami e Patrick; todos pets sem raça definida (SRDs) foram resgatados pela equipe do Instituto Caramelo e se tornaram terapeutas no apoio de diversos pacientes em tratamento de câncer. A ação é pioneira do projeto “Love que Cuida”, idealizado pela Petlove, que estende a iniciativa para uma campanha de adoção destes animais nas redes sociais.
Para este movimento acontecer, os pets passaram por sessões de treinamento e sensibilização específicos. De acordo com Bruna Garcia, médica veterinária da Petlove, para o pet se tornar um terapeuta é preciso se atentar a critérios ligados ao temperamento do animal, já que uma iniciativa do gênero impõe desafios como a interação com um alto nível de pessoas e estímulos. Ainda, ela revela que o animal precisa saber comandos básicos e específicos para que consiga estar neste tipo de espaço e possa conviver com o público.
“Qualquer pet pode se tornar terapeuta, é muito mais sobre temperamento do que qualquer característica de raça. Tem que ser um que goste de carinho, que aceite bem o toque humano, principalmente nessas terapias com crianças que gostam de abraçar. Obviamente, os animais precisam ter a saúde em dia, estarem saudáveis, vacinados e sem parasitas”, revela.
Para a paciente Camila Sarah Mofsovich, a ação oportunizou um momento de conscientização. Ela afirmou que os pets não precisam ter raça definida para serem fofos, calmos e amorosos.
“Foi muito bom receber essa visita. Desde o momento em que bateram na minha porta e avisaram que de uma visita pet, eu já achei que era um ‘pet scan’ (exame), e pensei que não estava programado. Aí ela me disse que eram cachorros e eu fiquei super feliz porque a gente fica longe dos nossos bichinhos. Eu não tenho cachorro, mas tenho gato e a gente fica muito carente, foi muito gostoso recebê-los. Acho que todo mundo fica muito animado, faz festinha no corredor, é um momento de socialização e despressurização”, relatou.
Escolher quem quase nunca é escolhido
Diretora executiva do Instituto Caramelo, Yohanna Perlman destacou que a ação encheu a equipe de alegria e reforçou o propósito do instituto ao escolher justamente os cães com menores chances de adoção.
“Fizemos um filtro para trazer esses animais que, em muitos casos, passariam a vida inteira em um canil, sem a oportunidade de conviver fora do abrigo. Poder sair, socializar e ter esse contato humano faz uma diferença enorme para eles. E posso dizer que, para os pacientes, também foi transformador: todos ficaram muito felizes. Esperamos que seja apenas a primeira de muitas ações como essa. Quem sabe nossos cãezinhos não encontrem oportunidades que jamais teriam sem esse projeto?”, concluiu Yohanna.
Bruno Junqueira, vice-presidente de pessoas, ESG e Comunicação Institucional da Petlove, ressaltou a capacidade dos pets de mudar o ambiente e transformá-lo em um lugar leve e de acolhimento. Ainda, valorizou o espaço para recordar a oportunidade de adoção nos canais da Petlove e Instituto Caramelo, reforçando a mensagem de que podem levar amor a uma nova família.
“Essa ação tem o objetivo de inverter o ciclo que começou com o abandono, e agora se torna acolhedor, a dor se transformou em cuidado. Então, ao tornarmos pets invisibilizados, que foram abandonados, em cães terapeutas, damos uma chance para que a vida deles aconteça de uma forma diferente. Foi muito bonito ver aqui no hospital os próprios pacientes dizendo que o acolhimento que eles receberam pelos pets é quase inexplicável”, pontuou.
Por Giovanni Mourão
