Foto: Eduardo Andrade
Com a formação de lapidários, o Centro Gemológico da Bahia fortalece cadeia produtiva de gemas e joias no estado
Neste sábado (13) é celebrado o dia do lapidário, profissional responsável por realçar o brilho e beleza das gemas brutas. O trabalho artesanal exige muito conhecimento além de técnica. Neste contexto, o Centro Gemológico da Bahia (CGB), que possui o único curso de Lapidação do Nordeste, realizou 14 oficinas em 2025 e 84 alunos foram certificados. O CGB é administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e exerce papel fundamental na formação desses profissionais e no fortalecimento da cadeia produtiva de joias.
Com módulos que vão do nível introdutório ao avançado, o curso de lapidação é feito de forma presencial no Pelourinho, onde fica a sede da instituição. As oficinas são ministradas pelo lapidário, professor e ourives, Victor Eloy. Durante as aulas os alunos estudam as nomenclaturas e as propriedades dos minerais brutos, além de aprenderem a lapidar as pedras para sua utilização em joias.
“O trabalho do lapidário é essencial para converter o potencial mineral da Bahia em valor real. Nas oficinas, conseguimos mostrar aos alunos como a técnica, a precisão e o cuidado elevam uma gema bruta ao seu máximo brilho. Oferecemos cursos de qualidade a preços acessíveis, atraindo alunos de várias regiões. Isso reforça o papel do CGB não apenas como escola, mas como impulsionador de oportunidades”, afirma Victor Eloy, que também foi aluno da casa.
A arte da lapidação segue etapas diferentes a depender do tipo de gema, porque cada uma tem suas particularidades. Antes do mãos à obra, o lapidário examina a pedra para saber sua dureza e determinar a melhor orientação de corte, a fim de maximizar sua cor, transparência e brilho, evitando danos ou imperfeições. Depois da análise do mineral, inicia os processos essenciais da lapidação como plano de corte, serragem, formação, calibragem, facetamento e polimento.
O processo consiste em escolher o melhor local para serrar e desenhar o formato desejado para o mineral. Após a serragem, é o momento de ajustar manualmente a forma da pedra para deixá-la o mais próxima possível do resultado final. Na calibragem, o lapidário define com precisão o formato e tamanho da gema. Em seguida, criar faces planas sobre a pedra já formada. E, por fim, é hora de polir. Essa fase final otimiza a reflexão da luz, fazendo com que a gema lapidada brilhe intensamente aos olhos do observador.
De maneira simplificada existem dois tipos de lapidação atualmente: a manual e a de catraca. O curso do CGB é focado na lapidação de catraca. “Após a formação, a gema é colocada na catraca, um braço semimecânico que auxilia na precisão do facetamento, facilitando a aprendizagem e melhorando o resultado final”, explica Victor Eloy. O procedimento é feito com auxílio de ferramentas como serra, catraca, rebolo diamantado, disco de corte diamantado e disco de polimento de estanho e dops.
“Nossas oficinas têm o propósito de capacitar profissionais para atuarem com qualificação técnica, transformando gemas em verdadeiras obras de arte. Além disso, o curso de lapidação do CGB, contribui grandemente no fomento do mercado local, valorizando a nossa cadeia produtiva e gerando impacto socioeconômico na Bahia, afirma Monica Correa, coordenadora do CGB.
Miguel Conceição foi um dos alunos da turma de lapidação deste ano e revela que já admirava o universo das gemas e joias quando ainda morava em Alagoas, mas só ao se mudar para Salvador pôde se dedicar à sua paixão. Ele afirma que a experiência em cada oficina lhe trouxe um olhar mais técnico para a atividade. Miguel também demonstra interesse em atuar de forma empreendedora no segmento. “O curso possibilita essa inserção no mercado, abre portas para a profissionalização. Estou começando a comprar meus equipamentos para começar a empreender no futuro”, declara.
A atuação dos lapidários é fundamental para a joalheria baiana, pois agrega valor aos minerais e pedras preciosas encontrados no estado. Devido ao potencial geológico e à diversidade mineral da Bahia, o mercado de lapidação possui muita demanda, no entanto, a área ainda enfrenta escassez de mão de obra qualificada e de escolas de formação. Assim, o CGB torna-se uma das principais instituições que estimula o crescimento do setor e a valorização desses profissionais, promovendo cursos de capacitação e aperfeiçoamento.
Saiba Mais
O calendário dos cursos de 2026 será divulgado no dia 18 de dezembro, durante o seminário e a comemoração de 30 anos da instituição. O evento também contará com a cerimônia de entrega dos certificados e um desfile da coleção “Reconexão Ancestral”, com joias criadas pelos alunos do curso de Joalheria Avançada, em parceria com os artesãos joalheiros da primeira turma do curso de Design de Joias.
As inscrições para os cursos do Centro Gemológico da Bahia são realizadas diretamente na sede da instituição, localizada na Rua Gregório de Matos, 27, no Centro Histórico de Salvador, ou pelo formulário disponível na bio do Instagram. Com carga horária de 20 horas, normalmente as oficinas têm duração de uma semana. Os interessados devem ter idade mínima de 18 anos e ensino fundamental completo. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (71) 3115-7904.
Com profissionais capacitados e instrumentos modernos, o laboratório da instituição é o único do Norte-Nordeste a fazer parte da Rede de Laboratórios Gemológicos do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), credenciada pela CIBJO - entidade internacional reguladora do segmento joalheiro no mundo. Isso torna suas certificações reconhecidas internacionalmente.
O Centro faz pesquisa, análise e identificação de material gemológico gratuitamente, além disso, o espaço é aberto a visitação, dispondo de vitrines com amostras de diversas gemas e peças de artesanato mineral. Funciona de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h. Acompanhe as novidades pelo instagram do CGB: @centrogemologicoba
Fonte: Ascom/SDE
