Foto: Divulgação
Filme baiano vence prêmio de Melhor Curta Documentário no 10º Festival Internacional de Cine en Nicaragua (FICN)
O documentário “Quando a Sala de Projeção Vira Personagem”, roteirizado e dirigido por Eudaldo Monção Jr., foi premiado como Melhor Curta Documentário no 10º Festival Internacional de Cine en Nicaragua (FICN). A cerimônia de premiação aconteceu no dia 23 de outubro de 2025, na Sala Mayor da Cinemateca Nacional, em Manágua.
O FICN é um dos mais importantes eventos audiovisuais da América Central, dedicado à difusão do cinema latino-americano contemporâneo. Em sua 10ª edição, o festival reafirmou seu compromisso com a valorização de produções autorais e socialmente engajadas, reunindo realizadores de diversos países e promovendo debates sobre memória, identidade e diversidade cultural.
Produzido em Nazaré (Bahia) pela Memorabilia Filmes, o curta documentário premiado apresenta um olhar afetivo e poético sobre o Cinema Rio Branco, uma das mais antigas salas de exibição ainda em funcionamento no Brasil. A obra transforma o próprio cinema em protagonista, revelando a profunda relação do cineasta com o espaço e refletindo sobre o papel das salas de rua na preservação da cultura e da memória coletiva.
O Majestoso Cinema Rio Branco já havia sido retratado anteriormente no curta “Cine Rio Branco”, que resgatava sua história quase centenária. Já em “Quando a Sala de Projeção Vira Personagem”, o diretor estabelece um diálogo entre sua trajetória pessoal e a história do cinema de Nazaré, explorando o ponto em que as narrativas do realizador e da sala de exibição se cruzam e se fundem.
A ideia do filme nasceu a partir da Autêntica Mostra Cinemas do Brasil, evento baiano dedicado a obras que retratam cinemas de rua de todo o país. Em quatro edições realizadas, a mostra já apresentou mais de 90 produções sobre o tema e se consolidou como um importante espaço de difusão para filmes de memória cinematográfica.
O curta voltará a ser exibido em abril de 2026, em Manágua, no Instituto Guimarães Rosa, sediado na Embaixada do Brasil na Nicarágua, durante a realização da 5ª Autêntica Mostra Cinemas do Brasil: Reminiscências do Passado Histórico.
O evento terá edições internacionais, sendo realizado além da Nicarágua, também no México, em El Salvador e no Brasil, ampliando o intercâmbio cultural e fortalecendo a circulação de produções independentes latino-americanas dedicadas à preservação do patrimônio cinematográfico.
Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.
Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Sobre o diretor:
Eudaldo Monção Rocha Júnior
Nascido e criado em Nazaré/BA, é graduado em Comunicação Social, com habilitação em Audiovisual, pela Universidade Federal de Sergipe (2010–2013).
Diretor do documentário “O Muro é o Meio”, filme licenciado pelo Canal Brasil e exibido em diversos festivais nacionais e internacionais, com destaque para a participação na 25ª edição do Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro.
Vencedor do Prêmio Aquisição EBC/TV Brasil, de melhor curta-metragem, na 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo, mostra que exibiu o documentário em todas as capitais brasileiras e em mais de mil espaços culturais em 2015.
Foi produtor do curta-metragem de ficção “Do Outro Lado do Rio” (2010), premiado no 22º Festival Internacional de Curtas Kinoforum (São Paulo) e na Mostra Visorama do Festival Visões Periféricas (Rio de Janeiro), além de exibido no Festival Signes de Nuit, em Paris, França.
Selecionado no 8º e 9º editais de curtas do Canal Futura, realizou os documentários “Louça de Deus” e “Cine Rio Branco”, ambos produzidos em Nazaré/BA. É também diretor do documentário “Carretéis”, projeto selecionado no 1º Edital DOC Futura para a realização de curtas-metragens.
Atua como diretor, produtor e roteirista dos filmes “Cinemas de Rua de Aracaju” e “Arte Urbana por Elas”. Além disso, foi coordenador e formador em audiovisual no projeto “Curso Virtual de Realização Audiovisual no Recôncavo”.
Filmografia:
Do outro lado do rio (2010) - Produtor
O muro é o meio (2014) - Diretor e roteirista
Entre gente (2015) - Diretor e roteirista
Louça de Deus (2016) - Diretor e roteirista
Cine Rio Branco (2017) - Diretor e roteirista
Carretéis (2018) - Diretor e roteirista
Recordações de ontem (2020) - Diretor e roteirista
Os cinemas do Brasil em tempos de pandemia (2020) - Diretor e roteirista
A bondade dos estranhos (2021) - Diretor e roteirista
Cinemas de rua de Aracaju (2021) - Diretor e roteirista
Arte urbana por elas (2021) - Diretor e roteirista
Cartas a minha vida (2023) - Diretor e roteirista
Cinemas de rua de Guaxupé (2024) - Diretor e roteirista
Artesãs (2024) - Diretor e roteirista
Da cela a sala (2024) - Diretor e roteirista
Histórias políticas de Japoatã (2024) - Diretor de fotografia
O Armário de Gisélia (2024) - Diretor e roteirista
Quando a sala de projeção vira personagem (2025) - Diretor e roteirista
