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Foto: Divulgação
VLI inaugura Estação de Memórias de Alagoinhas no próximo dia 29
Para preservar a memória ferroviária, que faz parte do patrimônio material e imaterial de diversos municípios, e também criar espaços para que as novas gerações conheçam a história da ferrovia, a VLI – administradora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) –, em parceria com a AIC - Agência de Iniciativas Cidadãs, a Fundação Iraci Gama (Figam) e a administração municipal de Alagoinhas, na Bahia, inaugura no próximo dia 29, às 16h, o Estação de Memórias de Alagoinhas, cidade que está no Corredor Minas-Bahia da FCA. A exposição, que terá visitação gratuita, está instalada na Estação São Francisco, localizada na Rua Dois de Julho, s/n, Zona Urbana de Alagoinhas.
O Programa Estação de Memórias registra e difunde as memórias das pessoas sobre o passado, a partir de um processo de cocriação com as comunidades. Encontros e entrevistas identificam casos, lembranças e histórias de quem vivenciou o vai e vem dos trens. Esse conteúdo é transformado em espaços expositivos, montados na estação.
A gerente-geral de Sustentabilidade e Comunicação da VLI, Danny Marchesi, destaca que preservar as histórias para a presente e futuras gerações integra o compromisso da companhia de deixar legado e compartilhar valor com a sociedade. “A preservação do patrimônio histórico e da memória ferroviária é um dos pilares da estratégia de atuação social da VLI. As ferrovias foram essenciais para o desenvolvimento econômico e social de muitas cidades brasileiras, moldando suas identidades, como é o caso de Alagoinhas. A companhia se orgulha por fazer parte da história deste município e promover a celebração e a preservação dessas memórias”, frisa.
História
O Estação de Memórias de Alagoinhas é um espaço expositivo dedicado à memória ferroviária do município. O objetivo é contar as histórias que envolvem a ferrovia desde a origem da cidade até os dias atuais, destacando a relação do trem com as atividades econômicas e a vida cultural de Alagoinhas. O transporte ferroviário é apresentado como elemento central para a compreensão das dinâmicas sociais que marcaram, e ainda marcam, o cotidiano da cidade.
Para contar todas essas memórias ferroviárias, a expografia é composta por uma linha do tempo, jogo da memória, o jogo “Onde Estou?”, personagens inspirados em figuras locais, entrevistas em vídeo, objetos cenográficos, entre outros elementos. Ela narra a história de Alagoinhas desde a ocupação do território nos períodos pré-colonial e colonial, passando pela chegada da ferrovia, o deslocamento da vila e a importância desse modal de transporte – e das estações de trem da cidade, em especial a Estação São Francisco – para a vida cultural local até os dias atuais.
Algumas particularidades da história ferroviária ganham destaque, como os objetos, documentos e equipamentos utilizados no trabalho dos ferroviários, as memórias de quem conviveu com os trens e a movimentação no entorno da estação, entre outros aspectos. A expografia em Alagoinhas, construída de forma colaborativa, incluiu a identificação de cerca de 91 fotografias, além de 35 objetos e documentos históricos. Ao todo, foram realizadas 14 entrevistas em áudio e três oficinas colaborativas, que contaram com a participação de 50 voluntários.
Segundo a coordenadora-geral do projeto pela AIC, Gislaine Gonçalves, a história de Alagoinhas está profundamente ligada à ferrovia. Desde o século XIX, quando os trilhos da Estrada de Ferro Bahia–São Francisco alcançaram o município, a cidade passou a ocupar posição estratégica no interior baiano. A chegada do trem impulsionou o crescimento urbano, dinamizou a economia local e transformou o cotidiano de sua população.
“A ferrovia foi responsável por integrar Alagoinhas às principais rotas comerciais e de comunicação do estado, atraindo trabalhadores, viajantes e comerciantes. Em torno da Estação São Francisco, as ruas se estruturaram, o comércio prosperou e a cidade ganhou novos contornos. O apito das oficinas da Leste marcou gerações e se tornou parte da identidade e da memória coletiva do povo alagoinhense”, destaca.
Segundo ela, mais do que um meio de transporte, a ferrovia representou encontro e desenvolvimento. “Ela conectou o litoral ao sertão, aproximou culturas e consolidou Alagoinhas como importante polo ferroviário e econômico da Bahia. A exposição ‘Estação de Memórias’ celebra esse legado. É um convite a reconhecer o valor histórico desse patrimônio e destacar a importância da memória coletiva na história Alagoinhas”, finaliza.
A iniciativa faz parte do programa homônimo da VLI, realizado pela AIC - Agência de Iniciativas Cidadãs, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, e conta com o apoio da Fundação Iraci Gama (Figam) e da Prefeitura de Alagoinhas.
Balanço
O Programa Estação de Memórias recebeu, nos últimos anos, cerca de R$ 16 milhões para a preservação da memória ferroviária e já foram inauguradas, com Alagoinhas, 16 unidades. Para este ano, a companhia investirá R$ 1.720.000 no resgate da memória ferroviária, com um conjunto de ações de fortalecimento dos acervos de estações ferroviárias de importância histórica e de promoção da cultura das comunidades de três cidades. O investimento é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). No ano passado, foram investidos mais de R$ 2,4 milhões nesta iniciativa.
Por Daniela Galvão