Em apoio ao Outubro Rosa, campanha dedicada à conscientização sobre a prevenção e o tratamento do câncer de mama, a Braskem realizará a doação de 300 quilos de polietileno ao Hospital Aristides Maltez, referência no atendimento oncológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia.

O material, entregue de forma simbólica nesta quinta-feira (23), será utilizado na confecção de próteses mamárias externas, voltadas para mulheres que passaram por mastectomia e optaram por não realizar a cirurgia de reconstrução. A iniciativa tem potencial para beneficiar cerca de 400 pacientes, contribuindo para o bem-estar e a autoestima dessas mulheres.

Aos 77 anos, Maria Teresinha Santos Magalhães é exemplo de superação e solidariedade. Diagnosticada com câncer de mama há 27 anos, ela foi tratada e curada no Hospital Aristides Maltez, em Salvador. Desde então, tornou-se voluntária na oficina de confecção de próteses mamárias externas, localizada na sede da instituição, no bairro de Brotas.

Todas as quintas-feiras pela manhã, Teresinha cumpre o que chama de “compromisso sagrado”: dedicar seu tempo e carinho à produção das próteses que ajudam outras mulheres a se reconectarem com sua autoestima após a mastectomia.

“A prótese me deu tudo. Ajudou no restabelecimento de minha autoestima e me fez sentir normal. Quem usa sabe que é uma oportunidade transformadora”, destaca Teresinha, emocionada.

“O hospital oferece a matéria-prima e a gente confecciona as próteses, com numerações que vão de 38 a 54”, explica Teresinha, que também destaca os benefícios do uso do polietileno. “Antes da resina, utilizávamos sementes de painço (cereal) misturadas com bolinhas de isopor, que era desconfortável e não podia molhar. Com o polietileno é muito mais confortável. E a gente pode ir para a praia e para a piscina, que não tem problema”, garante.

A parceria com a Braskem reforça o compromisso da empresa com iniciativas que promovem inclusão, bem-estar e sustentabilidade. “Oferecer soluções sustentáveis por meio da química e do plástico para melhorar a vida das pessoas é a missão da Braskem. Poder fazer parte de uma iniciativa tão bonita e tão necessária nos deixa muito orgulhosos”, afirma Magnólia Borges, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.

As próteses são desenvolvidas com atenção aos detalhes para oferecer uma aparência semelhante à de uma mama natural. Elas são discretamente inseridas no sutiã, garantindo conforto e bem-estar às usuárias. São produzidas, em média, cerca de 400 unidades por ano.

De acordo com Maria de Fátima Azevedo Pereira, coordenadora de voluntários do Hospital Aristides Maltez, a produção é feita há mais de 20 anos, conforme a demanda do serviço de Fisioterapia da unidade, após análise de estoque. “Apesar de já existir a cirurgia de reconstrução da mama, temos muitas pacientes que não podem fazer a operação e outras que não querem se submeter a outra intervenção. São próteses muito bem feitas, que se encaixam perfeitamente no sutiã”, explica.

A relevância da iniciativa se destaca diante dos dados sobre a doença. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) contabilizou 2.842 internações pela doença até setembro deste ano. Em 2024, foram 5.259 internações. O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, depois do câncer de pele, e também o mais letal. A detecção precoce pode aumentar em até 90% as chances de cura.

Por Gabriel Gonçalves