
Estados, municípios e, no caso da saúde, organizações filantrópicas ou sociais poderão contratar financiamentos com juros abaixo do mercado e prazo de pagamento de até 20 anos - Foto: Rodrigo Nunes/MS
Governo do Brasil lança fundo de R$ 20 bilhões para ampliar infraestrutura de saúde e educação
O Governo do
Brasil lançou dois editais de seleção pública para investir, ao todo, R$
20 bilhões em obras e equipamentos de saúde e educação, por meio do
Fundo de Investimentos em Infraestrutura Social (FIIS). O objetivo é
ampliar o atendimento, especialmente em regiões vulneráveis e com vazios
assistenciais.
Do total,
R$ 10 bilhões serão liberados em 2025 e outros R$ 10 bilhões em 2026.
Estados, municípios e, no caso da saúde, organizações filantrópicas ou
sociais poderão contratar financiamentos com juros abaixo do mercado e
prazo de pagamento de até 20 anos. As inscrições começam nesta
segunda-feira (13/10) na plataforma TransfereGov, com encerramento
previsto para o dia 7 de novembro.
Na
avaliação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a iniciativa vai
fortalecer a rede de atendimento vinculada ao programa Agora Tem
Especialistas, criado para reduzir o tempo de espera por consultas e
procedimentos no SUS.
“É uma
oportunidade inédita de financiamento para expandir e melhorar os
serviços de saúde em todo o Brasil. As entidades filantrópicas e
privadas que prestam serviços ao SUS nunca tiveram um financiamento como
este que estamos trabalhando. Outro diferencial é o fortalecimento da
indústria de equipamentos médicos que produz no Brasil, contribuindo
para a soberania tecnológica e produtiva do nosso país”, afirmou
Padilha.
NOVO PAC
Projetos habilitados no Novo PAC Seleções, mas que não foram
contemplados com recursos, também podem concorrer, pois a iniciativa é
uma nova chance para colocar as ações em funcionamento. Só na área da
saúde, mais de 3,5 mil propostas se enquadram nesta condição.
"Recebemos
uma demanda enorme de propostas no PAC Seleções e uma quantidade
significativa atendia aos requisitos exigidos, mas naquele momento não
foi contemplada com os recursos disponíveis. São projetos que já
demonstraram consistência e pertinência e que, agora, têm nova
oportunidade de viabilizar sua execução", explicou o secretário especial
do Programa de Aceleração do Crescimento, Maurício Muniz.
Na área da educação, o financiamento pode ser usado para:
- Obras de construção, ampliação e modernização creches, escolas de educação básica e escolas de tempo integral;
- Aquisição de veículos de transporte escolar
- Mobiliários e equipamentos de cozinha e climatização
- Rede externa e interna de conectividade e dispositivos tecnológicos
Na área da saúde, o financiamento pode ser usado para:
- Obras de construção, ampliação e modernização unidades de saúde;
- Aquisição de veículos de transporte escolar e de transporte sanitário, como ambulâncias, UOMs, vans, barcos e helicópteros;
- Equipamentos nacionais ou importados sem similar no país e adequação da infraestrutura de instalação
PROPOSTAS
As inscrições devem ser feitas pelo sistema Transferegov, mediante o
preenchimento de carta-consulta e anexação dos documentos obrigatórios.
Podem apresentar propostas os estados, municípios e o Distrito Federal
que possuam classificação final da capacidade de pagamento (CAPAG) nas
categorias A, B ou C. Na área da saúde também são elegíveis hospitais
privados e filantrópicos conveniados ao SUS, como Santas Casas e
organizações sociais (OS), e Sociedades de Propósito Específico (SPEs)
com contratos de parceria público-privada (PPP) com o SUS.
JUROS
Para entes públicos, a taxa média prevista de juros será de 8,1% e
10,1% ao ano, para contratos de operações direta com o BNDES e duração
de 10 anos e 20 anos, respectivamente. No caso do setor privado, a taxa
média de juros prevista será de 9,6% (10 anos) e 11,6% ao ano (20 anos).
Para os
contratos de operações indiretas, ou seja, aqueles operados por bancos
ou agentes autorizados pelo BNDES, a taxa média de juros prevista é de
11,1% ao ano para o prazo de 10 anos e de 13,2% ao ano para 20 anos,
tanto para o setor público quanto para o privado. Nestes casos, o valor
financiado será de até R$ 50 milhões.
O custo
final dependerá de fatores como: prazos de carência e amortização e taxa
de risco de crédito, que será definida após análise de crédito e de
garantias. Não podem ser financiados salários, pagamento de dívidas,
compra de terrenos, impostos desvinculados do projeto, comunicação
institucional ou qualquer despesa sem relação direta com a ampliação da
oferta em educação e saúde.
ANÁLISES
Após o fim do prazo de inscrição, as propostas serão submetidas às
análises técnicas dos ministérios da Educação ou da Saúde e, depois, do
Comitê Gestor do FIIS. Caso sejam contempladas, elas ainda passarão
pelos procedimentos de aprovação e contratação do BNDES ou das
instituições financeiras habilitadas.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República