O número de sinistros e vítimas tem crescido significativamente, acompanhando o crescimento da frota de motos no país, especialmente nas cidades, onde os motociclistas são as principais vítimas, representando mais da metade das mortes no trânsito.
A Federação Nacional das Associações de Detran (Fenasdetran) tem alertado o Ministério dos Transportes e entidades de classe sobre o aumento exponencial dessa crise. Segundo Mário Conceição, presidente da Fenasdetran, estudos da entidade apontam para a falta de fiscalização de velocidade e a necessidade primordial de ser ter uma fiscalização humanizada e educativa, com homens e mulheres orientando e punindo com blitz e averiguação presencial tendo assim medidas de segurança, como o uso correto do capacete e a proibição de dirigir sem habilitação e sob o efeito de álcool.
"Se esses fatores fossem bem fiscalizados, muitos sinistros poderiam ser evitados", afirma Conceição.
A Fenasdetran destaca que o crescimento da frota de motos é um dos principais indicadores do aumento dos sinistros.
Hoje, cerca de um milhão a mais de motos circulam nas capitais, contribuindo para o aumento dos acidentes.
Outro dado preocupante é o aumento de vítimas fatais. Os sinistros com motocicletas são a principal causa de morte no trânsito no Brasil, com um aumento de 12,5% na taxa de mortes por 100 mil habitantes em 2023, segundo o Atlas da Violência de 2025.
"É um absurdo tantas mortes", lamenta Conceição.
A Fenasdetran desenvolveu um monumento em memória das vítimas de trânsito em Salvador, no Dique do Tororó, dentro do programa mundial "Morte Zero no Trânsito". "Imaginávamos que teríamos um maior respeito pela vida, mas estamos perdendo nossos jovens, pais de família, mulheres e filhos, muitas vezes para a imprudência e a falta de preparo desses condutores", acrescenta.
Os atendimentos no SUS também refletem a gravidade da situação, com muitos casos de lesões e mortes decorrentes de sinistros de trânsito.