
Foto: Valter Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB
Elevação dos juros aprofunda estagnação e sufoca a indústria, avalia FIEB
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic para 15% ao ano é injustificável, tecnicamente equivocada e economicamente irresponsável. A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) repudia essa escolha, que desconsidera os sinais claros de desaceleração inflacionária, ignora os avanços fiscais do país e impõe uma trava brutal ao crescimento da economia brasileira — especialmente da indústria, que segue asfixiada por custos crescentes e crédito inacessível.
Com inflação acumulada de 5,32% em 12 meses e em queda, a insistência em manter a taxa real acima de 9% ao ano — uma das mais altas do mundo — não se sustenta sob nenhuma ótica racional. O Banco Central, ao adotar uma política monetária descolada da realidade, contribui ativamente para o enfraquecimento da produção, a retração dos investimentos e o aprofundamento do desemprego estrutural.
A comparação internacional evidencia o anacronismo da política monetária brasileira. Enquanto o Federal Reserve norte-americano atua com juros entre 4,25% e 4,50%, e o Banco Central Europeu já iniciou um ciclo de cortes, reduzindo sua taxa para 2,15%, o Brasil permanece preso a uma lógica ultrapassada, que pode paralisar a atividade econômica.
A manutenção da Selic em 15% não é apenas um equívoco técnico: é uma opção política que penaliza o trabalho, sufoca a produção e compromete o futuro. A FIEB alerta que essa taxa de juros representa um obstáculo deliberado ao desenvolvimento nacional. O Banco Central precisa urgentemente rever sua postura e iniciar um ciclo de cortes. O Brasil não pode mais esperar.
Fonte: FIEB