Representantes do setor filantrópico de saúde acompanham discussões junto ao governo federal / Foto: Divulgação
Santas Casas podem ganhar novo fôlego com proposta de refinanciamento
No último dia 9, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, reforçou a importância de encontrar um novo caminho para renegociar as dívidas das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos. Essas instituições, muitas delas com mais de cem anos de história, desempenham um papel fundamental no atendimento gratuito do Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive em casos de alta complexidade, atendendo a mais da metade da demanda. Mesmo assim, convivem há anos com um cenário de forte endividamento.
Alckmin explicou que o governo está trabalhando para estruturar uma solução que alivie esse peso financeiro. Após se reunir com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ele comentou que uma das alternativas em estudo é a utilização de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ou de um fundo compensador, para reduzir os juros das dívidas e permitir que essas entidades recuperem sua capacidade de investimento e atendimento.
No ano passado, o governo federal sancionou a Lei 14.820/24, que garante a revisão anual dos valores pagos pelo SUS, medida considerada essencial para reduzir parte da defasagem histórica no financiamento dos serviços.
No estado, as entidades filantrópicas representam a maior parcela da estrutura hospitalar, reunindo 407 unidades, número superior ao de hospitais públicos (319) e privados (373). Além disso, em 142 municípios paulistas, essas instituições são o único equipamento hospitalar disponível à população.
A Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), acompanha as discussões. No estado, as entidades filantrópicas representam a maior parcela da estrutura hospitalar, reunindo 407 unidades, número superior ao de hospitais públicos (319) e privados (373). Além disso, em 142 municípios paulistas, essas instituições são o único equipamento hospitalar disponível à população.
“É muito importante que esse debate avance, porque as Santas Casas e os hospitais filantrópicos vêm há anos carregando uma dívida que não nasceu por má gestão, mas por um modelo de financiamento insuficiente. Uma solução realista e sustentável é fundamental para que possamos continuar atendendo quem mais precisa”, salienta o diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti.
Ele lembra, ainda, que os hospitais filantrópicos são parceiros estratégicos do SUS. “Quando falamos em renegociar dívidas com condições mais justas, estamos falando de garantir a sobrevivência de instituições que cuidam de milhões de brasileiros todos os anos. O que está em jogo é a continuidade do atendimento e a segurança da população”, completa Rogatti.
Sobre a Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo)
Há 66 anos, a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) trabalha intensamente pela melhoria, profissionalização e modernização da rede hospitalar paulista, buscando excelência no atendimento à saúde da população.
A Federação promove para as entidades beneficentes uma constante busca por recursos, atualização junto aos temas mais pertinentes relacionados à saúde e atuação intensa junto aos governos estadual e federal, agindo sempre em defesa dos interesses da classe hospitalar, sendo a voz das entidades filantrópicas junto aos vários segmentos da sociedade.
Por Raquel Pantaleão
