Com apoio do Bolsa Atleta, Henrique Marques conquistou o ouro e seu primeiro título mundial. É o segundo topo do pódio do país no torneio – algo inédito para o Brasil em Mundiais – e a primeira conquista do taekwondo masculino do país em toda a história da competição. Foto: Miriam Jeske/COB
Henrique Marques, beneficiário do programa Bolsa Atleta, é campeão mundial de taekwondo na categoria até 80kg
O Brasil
brilhou no ponto mais alto do pódio, outra vez, no Mundial de Taekwondo
2025, disputado na China. Desta vez, com Henrique Marques levando o ouro
na vitória por 2 a 0 sobre o chinês Xiang Qizhang. Henrique, que é
bolsista do Programa Bolsa Atleta, descobriu o esporte em um projeto
social, aos 8 anos de idade, em Porto das Caixas, bairro pobre de
Itaboraí, RJ. Acumula títulos brasileiros e medalhas em jogos
sulamericanos. Em 2023 Henrique descobriu uma arritmia cardíaca que
quase o fez ficar fora do esporte para sempre. Mas ele passou por uma
cirurgia, ficou meses sem treinar conseguiu superar o problema, integrar
a seleção brasileira e disputar os jogos Olímpicos de Paris. Agora vive
o seu melhor momento na China.
A conquista de Henrique Marques veio
no início da manhã desta segunda-feira (27), a medalha de ouro na
categoria -80kg do Mundial de Taekwondo 2025, em Wuxi, na República
Popular da China. Na grande final, o brasileiro venceu o representante
chinês no campeonato, Xiang Qizhang. Este é o segundo título do Brasil
na competição, após o ouro de Maria Clara Pacheco, na última sexta (24).
O combate
que valeu o campeonato da faixa de peso foi marcado por um começo de
muito equilíbrio. Henrique fez os primeiros dois pontos a 30s do fim do
round de abertura. Advertido perto do fim, o brasileiro fez 1 a 0 com 2 a
1. No segundo round, Henrique conseguiu mais toques no colete
adversário do que o rival, mas sem pontuar. Após revisão de vídeo em um
último golpe do chinês, foi confirmado que o movimento não entrou,
assegurando o ouro e primeiro título mundial para Henrique. É o segundo
topo do pódio do país no torneio, algo inédito para o Brasil em
Mundiais. É a primeira conquista do taekwondo masculino do país em toda a
história da competição.
As medalhas de bronze ficaram com aqueles que perderam as semifinais: Artiem Mytarev e Seo Geonwoo (KOR).
CAMPANHA
Henrique fez quatro lutas antes de chegar à final. A estreia foi
diante do cubano Kelvin Calderón, em vitória por 2 rounds a 0, sem
deixar o adversário fazer um ponto sequer. Nas oitavas de final, o
brasileiro passou por Faysal Sawadogo (BUR), também por 2 a 0 (5 a 0 e 7
a 1). Nas quartas, a vitória foi sobre CJ Nickolas (USA), novamente
através de 2 a 0 – disputados 3 a 2 no round de abertura e 7 a 4 no
segundo e último.
A
semifinal foi contra Artem Mytarev. Depois de um início equilibrado e
bastante estudado, Henrique fez o primeiro ponto com pouco menos de um
minuto de combate, não demorando para encaixar golpe e abrir 3 a 1,
resultado do round inicial. O brasileiro voltou implacável para o
segundo assalto, fazendo 4 a 0 e, em 40 segundos, conseguindo toque na
cabeça e 7 a 0. Mytarev reagiu com boa sequência de acertos, conseguiu
virar para 10 a 9, e confirmou vitória no round e empate.
No
terceiro e decisivo round, Henrique manteve o controle e esperou a hora
certa para atacar, não demorando para conseguir 3 a 0. Após acerto de
Mytarev e punição, o brasileiro confirmou a vitória ao somar 4 a 2,
passando para a grande final nos -80kg, contra Xiang Qizhang (CHN).
PROGRAMAÇÃO
A seleção brasileira voltará à ação para o antepenúltimo dia do
Mundial de Taekwondo Wuxi 2025 entre segunda (27) e terça-feira (28). No
feminino, Milena Titoneli (BRA) lutará na categoria -67kg, enquanto
João Victor Diniz (BRA) será o representante do país no masculino -68kg.
As
preliminares acontecem das 22:00 da segunda (27) às 3:00 de terça-feira
(28). As oitavas e quartas de final são das 4:00 às 5:30 e entre as 6:30
e 8:30, no início da manhã de terça. Os horários são de Brasília.
De
terça (28) para quarta (29) será a vez de Paulo Ricardo Melo (BRA) no
masculino -58kg e Celydiene Carneiro (BRA) no feminino -62kg. Já no
último dia de competições – entre quarta (29) e quinta-feira (30) -
lutarão Nívea Maria da Silva (BRA) no feminino -53kg e o medalhista
Olímpico em Paris 2024, Edival Pontes (BRA) no masculino -74kg.
ONIPRESENÇA
A capilaridade do Bolsa Atleta se reflete nos resultados do Brasil
nos principais eventos mundiais. Em Paris, o Brasil fechou os Jogos
Olímpicos com 20 medalhas, a segunda melhor marca da história. Foram
três ouros, sete pratas e dez bronzes, que colocaram o país no 20º lugar
do quadro geral. Como muitas modalidades são coletivas, foram 60
medalhistas. Desse grupo, 100% são integrantes do Bolsa Atleta ou
estiveram em editais ao longo de suas carreiras. Já nos Jogos
Paralímpicos, a campanha foi a melhor da história do país, com 89
medalhas (25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes). O Brasil bateu o recorde de
pódios, que era de 72, e chegou pela primeira vez no top 5, em quinto
lugar. Todas as medalhas tiveram a digital do Bolsa Atleta.
REAJUSTE
O Bolsa Atleta atualmente conta com mais de 10 mil atletas
contemplados, o maior número já registrado na história. Em 2024, o
programa completou 20 anos e teve o primeiro reajuste de valores dos
últimos 14 anos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto
que aumentou as bolsas em 10,86%. No caso da Bolsa Pódio, os valores das
Bolsas passaram a ser de R$ 5.543 mensais a R$ 16.629, de acordo com o
lugar dos atletas no ranking mundial.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
