Foto: Divulgação/Arquivo O Candeeiro
Capacitação mostra como dados do Censo se torna ferramenta estratégica para gestões municipais
Demonstrar a importância do Censo Demográfico na formulação e avaliação de políticas públicas foi o foco da segunda masterclass do programa +Gestão Municipal, realizada nesta terça-feira (13). Com o tema “Conceitos e Aplicações do Censo Demográfico em Políticas Públicas”, a aula reforçou o papel dos dados na construção de uma gestão mais sensível às reais necessidades da população. A iniciativa é fruto da parceria da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A capacitação integra a edição 2025 do programa +Gestão
Municipal, concebido pela Sudene, que disponibiliza mil vagas para a
qualificação de gestores municipais. Com uma formação multidisciplinar
direcionada para enfrentar estes e outros desafios, o programa continua
com inscrições abertas até o próximo dia 19 para administradores de 198
municípios estratégicos, considerados polos regionais. O curso combina
modalidades de ensino a distância (EAD) e presencial, com aulas
especiais conduzidas por especialistas da Escola Nacional de Ciências
Estatísticas (ENCE) do IBGE. A proposta é melhorar os indicadores
sociais e econômicos das cidades participantes.
Durante a exposição na masteclass de hoje, a instrutora Ana
Carolina Bertho - mestre e doutora em Demografia vinculada à Escola
Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) – trouxe casos práticos de
políticas públicas de ampla territorialidade que são formuladas a partir
dos resultados do Censo Demográfico. O Bolsa Família, na área de
proteção social, e a Política Nacional de Imunizações (PNI), no campo da
saúde pública, foram alguns exemplos deste contexto apresentados na
aula.
“Os dados do Censo são amplos, vastos e as possibilidades de uso
são inúmeras. Essas informações podem ser utilizadas não só para a
formulação de políticas públicas, mas também na avaliação destas
práticas”, explicou Ana Carolina. A partir dessas informações, é
possível, por exemplo, planejar a oferta de serviços essenciais como a
educação básica, identificar grupos sociais vulneráveis, estruturar
ações de seguridade social e mapear regiões que demandam mais
investimentos em infraestrutura e transporte.
Um dos destaques da aula foi a evolução do Índice de
Envelhecimento (IE) da população brasileira. Em 1980, havia cerca de 16
pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 com menos de 15 anos. Já em
2022, esse número ultrapassou 80 idosos para cada 100 jovens. A mudança,
apontou a professora, traz novos desafios para a agenda pública,
especialmente nas áreas de previdência, saúde e políticas de cuidado.
O curso destacado nesta terça-feira possui carga horária de 30 horas e integra a primeira etapa (Diagnóstico: Censo Demográfico e Planejamento Municipal). Em seguida, os participantes passam por capacitações setoriais para melhorar a compreensão do panorama social e econômico do município. A etapa final prevista é a realização de oficina de boas práticas, oferecida para os municípios que se destacarem por seu desempenho na trilha de qualificação.
Fonte: Sudene
