"Raízes Para Voar" - madeira, resina, metal e fibra de vidro, 400 x 60 x 250cm. Foto: Henrique Luz
Exposição de Rubem Robierb em Santos (SP) traz referências ao Rio Mearim que corta o Maranhão
O estado do Maranhão está representado nas obras da primeira exposição de Rubem Robierb no Brasil. O artista, que nasceu e passou sua infância e juventude em Bacabal, vive há 18 anos nos Estados Unidos, onde seu trabalho já é um grande sucesso entre apreciadores e colecionadores. Convidado pela Pinacoteca Benedicto Calixto de Santos (SP), trouxe para cá uma perspectiva de sua jornada como artista sem nunca perder a conexão com sua terra natal, daí o nome da mostra “Raízes para Voar”, que fica aberta ao público para visitação gratuita de 20 de setembro a 27 de outrubro.
“As asas sempre foram elementos muito presentes em minha arte, um ícone que faz referência à minha liberdade e meus pensamentos sobre questões existenciais. De qualquer forma, sempre soube que, mesmo voando pelo mundo, talvez expressadas pelo meu engajamento nas iniciativas que acredito, minhas raízes sempre estiveram presentes de alguma forma em meu trabalho. Agora, essa conexão com o local de onde vim se torna ainda mais clara”, conta Robierb.
Infância no Rio Mearim como inspiração
Robierb explica sobre os dois quadros que formam a obra “Trizidela”, uma de seus trabalhos mais recentes. “Ao que parece ser as veias de um coração na verdade é o desenho exato da bacia hidrográfica do rio Mearim, que corta a cidade de Bacabal, onde nasci. A palavra Trizidela, que além do título também está presente na pintura, faz referência a população ribeirinha dessa cidade. As cores do Brasil e dos Estados Unidos falam de como o coração de quem vive fora é dividido”.
“O garoto na canoa, aponta para as minhas primeiras memórias de infância. Quando, durante as cheias do rio, eu passava de canoa nas ruas alagadas da Trizidela e observada que a agua tinha levado embora o barro das paredes das casas que eram abandonadas por causa da enchente”, conta sobre a inédita “Raízes para Voar”, que dá título também à mostra.
Por Antonio Montano