
Foto: Edivalma Sntana
Ela é insana! Ela é hilária! Aleluia está de volta!
Prepare-se para gargalhar sem pudor: “Aleluia” está de volta! Depois do sucesso das duas primeiras temporadas, Frank Menezes retorna aos palcos do Teatro Módulo, em Salvador, com seu espetáculo solo que mistura comédia rasgada com uma dose generosa de insanidade doméstica. De 06 de setembro a 01 de novembro, sempre aos sábados, às 19h, o público poderá reencontrar Aleluia Eulália das Neves, uma dona de casa fora da curva, cheia de contradições — e de histórias inacreditáveis. Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Dirigida por Marcelo Praddo, com texto de Márcio Azevedo e Ricky Hiraoka, a peça é um monólogo explosivo que dá voz, finalmente, a uma mulher invisibilizada até por sua própria família.
Ignorada pelo marido, tratada como empregada pela filha e exaurida por uma rotina sem reconhecimento, Aleluia se desdobra para manter uma casa funcionando. Vive rodeada de figuras que beiram o absurdo: a sogra Dona Matusalém, que só se comunica através das palavras “líquido” e “sólido”; a melhor amiga Mamute, comilona compulsiva e o ator pornô por quem Aleluia é secretamente apaixonada.
Tudo segue seu curso até que, numa confusão de Natal envolvendo uma explosão doméstica e a possível morte da sogra, Aleluia decide: "Vou me entregar!". O espetáculo, então, se desenrola no ambiente mais improvável para uma catarse: a delegacia. Lá, ela conta sua vida inteira pela primeira vez — do parto (em que o médico gritou "Aleluia!" ao ver que ela era a cara do pai) ao casamento com Jorge Almiro e o nascimento da filha Tininha (“feia, feia, feia... mas minha”).
Bastidores de uma loucura lúcida
O texto, originalmente pensado para Cacau Protásio, encontrou seu destino ideal em Frank Menezes. Segundo o autor Márcio Azevedo, “o papel sempre foi de Frank, só que eu demorei a perceber. Ele mudou minha vida com 'A Bofetada'. Vi 16 vezes. O humor, o tempo de comédia, a entrega... ninguém faz como ele.”
Marcelo Praddo, que também dirigiu Frank em O Corrupto, define: “Frank é um dos nossos maiores talentos. Ele entende o teatro como missão e transforma qualquer texto em uma experiência sensível, humana e, no caso de Aleluia, extremamente divertida.”
A peça flerta com o besteirol inteligente, a estética nonsense, os tons de tragicomédia, mas, no fundo, fala de uma mulher comum, com quem muitos vão se identificar — mesmo que seja para rir do quão insana a realidade pode ser.
Aleluia é o espelho cômico da nossa realidade
Mais do que fazer rir, Aleluia revela uma crítica ácida e bem-humorada ao lugar das mulheres que se dedicam integralmente à família e à casa, muitas vezes anuladas pelos próprios. Em tempos de debates sobre o feminino, gênero e papel social, Aleluia ressurge como uma anti-heroína que diz o que pensa — e vive o que não devia.
"Ela é um espelho distorcido, mas possível", diz Márcio Azevedo. "Aquela parente que está sempre ali e que só percebemos quando some."
Aleluia é daquelas peças que você sai repetindo frases, rindo sozinho no carro e, de repente, lembrando da sua tia que também escondia perfumes. Uma comédia escandalosamente verdadeira, com aquele tempero baiano e um toque de insanidade que só Frank Menezes sabe temperar.
FICHA TÉCNICA
- Atuação – Frank Menezes
- Direção – Marcelo Praddo
- Texto – Márcio Azevedo e Ricky Hiraoka
- Direção de produção – Selma Santos
- Figurino – Maurício Martins
- Cenografia – Maurício Pedrosa
- Iluminação – Luciano Reis
- Trilha sonora – Luciano Bahia
- Direção de movimento – Bárbara Barbará
- Fotografia – Edivalma Santana
- Design gráfico – Belmiro Neto & Pat Simplício
- Operação de luz – Ronildo Bandeira
- Operação de som – Gilberto Reys
SERVIÇO
- Espetáculo: Aleluia, com Frank Menezes
- Local: Teatro Módulo – Av. Magalhães Neto, Pituba – Salvador/BA
- Temporada: 06/09 a 01/11
- Quando: Sempre aos sábados, às 19h
- Ingressos: R$ 60 (inteira) | R$ 30 (meia)
- Classificação indicativa: 14 anos
- Duração: 80 minutos
Por Doris Pinheiro