
João Américo / Foto: Caetano Bezerra
Mestre da sonorização, João Américo comemora 80 anos com livro e festa na Casa Rosa
No dia 30 de junho, próxima segunda-feira, João Américo celebra 80 anos de vida com uma festa na Casa Rosa, no Rio Vermelho, em Salvador. O evento vai contar com o Sarau do João, que ele realiza há mais de 40 anos. Espécie de bate-papo musicado, o sarau já virou tradição entre amigos de João Américo. Já confirmaram presença Carlinhos Cor das Águas, Cinho Damatta, Robherval Santos, Claudia Cunha, Gel Barbosa, Gilton Della Cella, Matildes Charles, Theo Charles e Marilda Santana. Começa às 19h e os ingressos são limitados, pelo Sympla.
Na ocasião, também acontece o lançamento de O Som de João Américo (Solisluna Editora), escrito por ele, com sessão de autógrafos. O livro traz histórias vividas ao longo de mais de 50 anos de profissão do pernambucano que veio para a Bahia em 1969. Aqui, deu padrão técnico de alta qualidade, formou mão de obra qualificada e profissionalizou a área de sonorização de eventos, tornando-se sinônimo de excelência em todo o país.
Após meio século de atuação, João Américo vendeu a empresa de sonorização e fundou uma outra para fabricar caixas de som. Atento aos novos tempos, ele achou por bem divulgar o novo negócio nas redes sociais, mas percebeu que textos sobre caixas de som não iriam interessar ao grande público. Foi então que teve a ideia de escrever sobre o que viveu no período à frente da empresa de sonorização, despertando, assim, a atenção do público e de Andrezão Simões.
O produtor é um dos organizadores do livro, junto com Pedro Américo, irmão de João. Andrezão enxergou ali relatos preciosos. “Compreender a dimensão de João é entender o quanto somos um mercado profissional respeitado na Bahia, muito por sua causa. É um mestre de tamanha dedicação técnica e afetiva que construiu um legado de excelência. João Américo é uma escola de métodos e formação, que revelou grandes profissionais da sonorização brasileira e qualidade de serviços. João é padrão de excelência profissional quando nada existia neste campo. Com sua eficácia, ele não só colocou a Bahia nos roteiros das grandes turnês nacionais, como se tornou referência aos artistas mais exigentes. ‘Só faço se for com o som de João Américo’ é uma frase que ecoa até hoje”, afirma Simões.
Admirador do trabalho de Valéria Pergentino e Enéas Guerra, sócios-fundadores da Solisluna, Andrezão acreditou que a editora baiana seria a parceira perfeita para a investida literária: “O DNArte da Solisluna é único. Não é um lançamento, são muitos lançamentos em cumplicidade criativa. Um catálogo que muito nos honra pertencer. Leiam ‘O Som de João’, leiam os livros da Solisluna. Conheçam seus títulos e verão o que digo. Cada passo, cada letra, cada intenção, cada poética, cada carinho foi trocado entre nós. É um ritual amoroso trabalhar com a Solisluna”.
As ilustrações de Suzart também deram uma cara de livro-afeto. O artista visual celebrou o convite: “Pra mim, foi um prazer enorme quando eu soube do projeto, por causa da importância do nome de João Américo. E quando li o livro, fiquei mais empolgado ainda, porque o texto ficou muito fluido, fácil de ler. A ideia foi fazer as ilustrações seguindo uma linha ininterrupta, já que ia falar sobre música, sobre uma pessoa que veio do interior, que a vida foi fluindo igual a uma linha, e, ao mesmo tempo, como as ondas da música. Então, foi um prazer fazer parte desse projeto, que eu acho muito importante para a cultura da Bahia”, conta o artista visual.
Sobre o livro
Em ‘O Som de João Américo’, o autor relembra trabalhos de sonorização que realizou ao longo dos 50 anos de profissão. Entre os artistas e bandas citados estão grandes referências para a música brasileira - Altamiro Carrilho, Hermeto Pascoal, Sivuca, Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Geraldo Azevedo, Moraes Moreira, Novos Baianos, Zizi Possi, Cazuza, Barão Vermelho, Ivete Sangalo e Carlinhos Brown.
No livro, João Américo conta que ‘Cantoria’, clássico show que reuniu Elomar, Vital Farias, Geraldo Azevedo e Xangai, nasceu em sua casa, que fica ao lado do Teatro Castro Alves, onde aconteciam as apresentações. João Américo escreve também sobre momentos marcantes da turnê ‘A gente precisa ver o luar’, do álbum ‘Luar’, de Gilberto Gil. Ele lembra, ainda, de quando fazia sonorização dos shows de João Gilberto, o pai da bossa nova; e sobre a primeira vez que viu Ivete Sangalo no palco, entre tantas outras histórias e curiosidades.
Durante a festa de seus 80 anos, João Américo quer reencontrar os amigos e celebrar: “A minha expectativa é apenas de comemoração. Eu acho que quem viveu o que eu já vivi, com as histórias que eu tenho, com os artistas que eu já trabalhei - e foram muitos! - merece celebrar. Me sinto realizado”.
SERVIÇO
O QUE: ANIVERSÁRIO DE JOÃO AMÉRICO, COM SARAU E LANÇAMENTO DO LIVRO O SOM DE JOÃO AMÉRICO
QUANDO: 30 de junho, segunda-feira, às 19h
ONDE: Casa Rosa, Rio Vermelho
QUANTO: Ingressos no Sympla
LIVRO O SOM DE JOÃO AMÉRICO
Autor: João Américo
Organização: Andrezão Simões e Pedro Américo
Ilustrações: Suzart
Editora: Solisluna www.solisluna.com.br
N° de páginas: 248
Encadernação: Livro brochura
Preço: R$89,90
ISBN: 9788553300372
Formato: 23.0 x 15.7
Por Nilma Gonçalves