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Na luta contra o capacitismo, Sessão Especial celebra Dia Internacional da Síndrome de Down em Salvador
Nessa última segunda-feira, dia 18 de março, o Plenário Cosme de Farias - CMS, foi palco de um importante diálogo sobre inclusão e acolhimento de pessoas com deficiência, especialmente mães atípicas. Promovida pelo Ouvidor-Geral da Câmara Municipal e vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB), a Sessão Especial em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down reforçou a Campanha "Chega de Rótulos!" e marcou o início da semana de conscientização e reflexão sobre os direitos das pessoas com Síndrome de Down.
Augusto, recentemente, apresentou um Projeto de Lei para a inclusão de pessoas com deficiência em materiais publicitários em Salvador. Ele é pai de Pedro, uma criança com Síndrome de Down e cardiopata. Em entrevista, o vereador compartilhou um pouco de sua experiência como pai atípico. "É transformador. Essa sessão emocionou demais quem acompanhou. Precisamos enfrentar o capacitismo e constituir políticas públicas que garantam oportunidades de desenvolvimento para as pessoas com síndrome de Down, especialmente para as mais pobres. Nosso mandato apresentou mais de 15 projetos voltados à inclusão e acessibilidade de pessoas com deficiência e agora essa luta ganha ainda mais ênfase."
Em 2024, o tema divulgado pela Down Syndrome International é "Chega de estereótipos!", adaptado no Brasil como "Chega de rótulos!". Em Salvador, associações como a Ser Down e Apae mobilizam-se durante todo o ano para garantir direitos das pessoas com Síndrome de Down.
A Sessão abordou principalmente a necessidade de recursos para tratamentos médicos, acesso à educação inclusiva e apoio para mães atípicas. Muitas pessoas com Síndrome de Down possuem cardiopatias. Por vezes, essas condições não são adequadamente atendidas pelo Sistema Único de Saúde, inclusive em Salvador, levando famílias a buscar tratamento em outros estados, devido aos custos elevados de deslocamento e acesso a medicamentos, o que muitas vezes está além da realidade das famílias de baixa renda.
"Cinquenta por cento das crianças com Síndrome de Down nascem com questões cardíacas e se a gente não tiver como encaminhar, o direito à vida passa ali. Precisamos sim, investir na saúde. Precisamos sim, entender essas especificidades, para que todas as crianças possam ter direito à vida, e à vida com qualidade" pontuou Lívia Borges, coordenadora da Ser Down.
Vasconcelos destacou estar atento às demandas populares e reconheceu os esforços das secretarias municipal e estadual de saúde, mas enfatizou, como Ouvidor, a importância da escuta para aprimorar políticas públicas, cuidando também dos cuidadores.
Em fevereiro, Augusto apresentou à Câmara Municipal um Projeto de Lei para instituir uma Semana da Mãe Atípica. As ações desta semana de mobilização, a serem realizadas na terceira semana de maio, visam destacar a necessidade de assistência psicossocial para essas mães, permitindo sua participação ativa e política na formação e fortalecimento das redes de apoio, especialmente para mães de pessoas com deficiência.
A agenda de atividades realizadas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Salvador, em parceria com a Ser Down, continua até 21 de março (quinta-feira), data escolhida internacionalmente para representar essa causa nobre.
Estiveram presentes compondo a mesa da Sessão, o diretor de Relações Públicas da Ser Down, Álvaro Borges; a conselheira do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência e coordenadora da Ser Down, Lívia Borges; o representante da sociedade civil no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Matheus Martins; o coordenador do Programa de Atividade Física e Paradesporto do Instituto de Organização Neurológica da Bahia e do Centro Referência Paralímpico do Estado da Bahia, Virgílio José Rios; o presidente da Apae Salvador; Maria Luiza, estudante do Colégio Estadual Augusto Conti, Derval Evangelista; a representante da Sudesb, Suzi Cristiani e o coordenador do setor de paradesporto da Sudesb, Ademário Júnior.
Por Raquel Torres