O Nordeste brasileiro registrou um crescimento de 12% no fluxo de turistas no primeiro quadrimestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024, segundo dados do Ministério do Turismo. O aumento expressivo reforça uma tendência, o interesse crescente por destinos que combinam natureza preservada, experiências culturais autênticas e impacto social positivo. Em sintonia com esse movimento, o Instituto Destino Brasil lança um projeto que busca reposicionar o turismo regional com a criação do conceito “Costa do São Francisco”, conectando cânions, sertão e litoral entre os estados de Alagoas e Sergipe.

A proposta aposta em roteiros integrados que valorizem o ecoturismo, a cultura ribeirinha e o turismo de base comunitária, com experiências que vão de passeios de barco no Velho Chico à imersão em vilas históricas e festas populares. “É uma região que já tem beleza e identidade de sobra, o que falta é estrutura e visibilidade. Nosso projeto quer preencher essa lacuna”, afirma o presidente do Instituto, Ademar Batista Pereira.

Além da formatação e organização de roteiros turísticos, o projeto inclui capacitação de guias locais, oficinas de empreendedorismo, linhas de microcrédito e parcerias com empreendedores e governos locais para direcionar os investimentos que estão chegando, em um projeto integrado de desenvolvimento da região, nas questões urbanas, mobilidade e sustentabilidade, para que o maior movimento não deixe apenas resíduos, mas sim deixem riqueza para a sociedade local.

De acordo com Ademar, não se trata apenas de atrair visitantes, mas de garantir que os benefícios fiquem na região. “O turismo pode ser uma ferramenta poderosa de inclusão produtiva e dignidade”, e complementa “a ideia é fortalecer negócios locais (como o artesanato, gastronomia e a pesca artesanal), bem como a produção dos principais itens na região, e transformar o visitante em um agente de valorização e desenvolvimento”

A Costa do São Francisco se destaca por seu potencial diverso, de trilhas ecológicas entre falésias a mergulhos na história do cangaço, passando por praias ainda pouco exploradas e comunidades de forte herança afro-indígena, portuguesa e holandesa. “Estamos falando de uma das regiões mais autênticas do Brasil, que merece ser conhecida sem se descaracterizar. Por isso, propomos um modelo de turismo que respeita, empodera e encanta”, resume o presidente.

Com o apoio de governos locais, ONGs e empreendedores da região, o projeto está em fase de articulação para viabilizar ações estruturantes já a partir do segundo semestre de 2025. O Instituto acredita que, com planejamento e cooperação, a região pode se tornar referência em turismo sustentável e inclusão social no Brasil.

Por Milena Campos Ferreira