O presidente Carlos Henrique Passos abriu o evento que reuniu representantes de grandes indústrias baianas Fotos: Antonio Cavalcante/Coperphoto/Sistema FIEB
Fim dos incentivos fiscais e licenciamento ambiental foram destaques da 3ª edição do Fórum das Grandes Indústrias
Com
o objetivo de traçar um panorama sobre temas de interesse, a Federação
das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) sediou, nesta segunda-feira,
1º.12, a terceira edição do Fórum das Grandes Indústrias do Estado da
Bahia.
Reforma Tributária e o risco de evasão de empresas, diante
do fim da concessão de incentivos fiscais, modernização do licenciamento
ambiental no estado e uma apresentação sobre o projeto que retoma a
atualização de uma política industrial para a Bahia com a contribuição
da FIEB, estiveram em pauta no evento, realizado no período da tarde.
O evento foi aberto pelo presidente da FIEB, Carlos Henrique
Passos, que destacou a oportunidade de estabelecer uma maior conexão
com as grandes indústrias da Bahia, buscando perceber que aspectos o
Sistema FIEB pode ajudar essas empresas na sua competitividade e, a
partir daí, fortalecer o encadeamento produtivo. “As grandes indústrias
são âncoras dentro do sistema industrial e podem ajudar a fortalecer a
economia da Bahia como um todo”, lembrou Passos.
Dentre os temas que foram debatidos, ele citou a
modernização do licenciamento ambiental, que contou com a participação
do diretor-geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Inema), Eduardo Topázio. Na avaliação de Passos, o objetivo é ampliar o
diálogo para que “o Sistema Indústria possa conversar com o principal
órgão licenciador e fiscalizador do meio ambiente no estado da Bahia, de
sorte a qualificar as questões ambientais em favor do nosso meio
ambiente, mas também do desenvolvimento econômico do estado”.
O evento foi aberto com uma palestra diretor de Relações
Institucionais da Confederação Nacional da Indústria, Roberto Muniz, que
fez uma explanação sobre os avanços que vêm sendo construídos no plano
nacional nesta área, com impacto para todo o setor produtivo industrial.
O presidente da FIEB também citou como um dos destaques do
evento a apresentação da prévia de uma pesquisa liderada pela FIEB sobre
o impacto do fim dos incentivos fiscais. A medida passa a valer a
partir de 2033, a partir da implementação da Reforma Tributária.
“Com a aproximação do fim dos benefícios tributários, quais
são as variáveis que impactam nossa competitividade e o que estas
empresas, sediadas na Bahia, precisam fazer para se manterem
competitivas e garantir o seu equilíbrio econômico?”, questiona. A ideia
de Passos é que este estudo possa contribuir para propor ações que
possam ser levados aos governos federal estadual e municipais em
substituição às normas de incentivo hoje em vigor.
REFORMA E INCENTIVOS FISCAIS
No levantamento preliminar apresentado pelo consultor Daniel
Castilho, a partir de uma amostra de grandes indústrias, fica evidente
que o estado precisará rever suas políticas para assegurar que as
empresas de grande porte sediadas na Bahia não sofram com o fim dos
incentivos fiscais e identifiquem outras formas de ampliar sua
competitividade no mercado. “A partir do momento que a Reforma
Tributária encerra com os incentivos fiscais, ela traz o Fundo Nacional
de Desenvolvimento Regional (FNDR), que vem ocupar o espaço que hoje os
incentivos fiscais ocupam”, lembra.
Castilho acrescenta que “buscou-se na pesquisa identificar
os principais eixos que levariam as empresas a tomar a decisão de
permanecer ou sair do estado, e ao mesmo tempo, mapear os principais
riscos”.
Na prática, ele destaca que à medida que são identificados
os principais riscos, é possível definir os principais eixos de atuação e
orientar o Estado sobre onde é preciso investir o dinheiro do FNDR de
forma mais criteriosa. “A gente consegue entregar um panorama bastante
completo e complexo, no qual a federação consegue não apenas dialogar
com o estado sobre quais são as áreas prioritárias, mas também
colaborar, dentro dessas áreas estruturantes, quais são as prioridades”,
detalha.
Para Carlos Alfano, diretor industrial da Braskem na Bahia, o
encontro trouxe temas importantes para a indústria. “Este fórum é muito
relevante para que a gente possa ter mais clareza e a FIEB possa apoiar
as empresas a avançar nos temas que possam tornar a indústria baiana
mais competitiva e mais forte”, ressaltou.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Um dos pontos fortes do evento foi, na avaliação dele, a
discussão em torno do licenciamento ambiental. Foram trazidos como
exemplo o trabalho realizado pela CNI nesta área e propostas da Gerência
de Desenvolvimento sustentável da FIEB sobre aplicações práticas na
Bahia. Para Carlos Alfano, o fato de a FIEB ter estabelecido um fórum
para tratar dos temas que envolvem as grandes indústrias permite atender
as especificidades de cada segmento com suas dores específicas que
precisam ser tratadas de forma diferenciada.
A terceira edição do fórum também trouxe uma apresentação
sobre o Projeto PNUD: formulação de uma Política Industrial para a
Bahia, iniciativa que está sendo realizada pelo Governo do Estado com o
apoio do Observatório da Indústria FIEB, o SENAI Cimatec e a Associação
Brasileira de Economia Industrial e Inovação (ABEIN). “O trabalho está
em curso e deve ser finalizado na metade do ano que vem”, explica
Ricardo Kawabe, gerente do Observatório da Indústria FIEB.
Fonte: FIEB
