Foto: André Frutuôso
Feira Baiana da Agricultura Familiar reforça práticas sustentáveis com inclusão de coleta seletiva de resíduos orgânicos
A 16ª edição da Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia
Solidária vai promover, pela primeira vez, a coleta seletiva para
compostagem de resíduos orgânicos. A iniciativa amplia as ações de
sustentabilidade do evento, que será realizado de 10 a 14 de
dezembro, no Parque Costa Azul, em Salvador. Até então, apenas os
resíduos sólidos recicláveis eram coletados de forma seletiva.
“O processo de gerenciamento vai acontecer justamente nos locais de
origem, ou seja, nas áreas de alimentação e espaços que gerem esse tipo
de material. Para isso, a gente vai disponibilizar recipientes, como
baldes identificados, para que os geradores possam
dispor desses resíduos orgânicos”, explicou Joilson Santana, integrante
da coordenação executiva do Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA),
organização social parceira da Companhia de Desenvolvimento e Ação
Regional (CAR).
Segundo Joilson, o material será recolhido diariamente e enviado para
compostagem realizada pela cooperativa Cooperativa de Reciclagem e
Compostagem da Costa dos Coqueiros (Verdecoop), localizada no município
de Entre Rios. Ele destaca que a ação busca ampliar
o destino ambientalmente adequado dos resíduos durante um grande
evento, evitando o envio a aterros sanitários, reduzindo impactos
ambientais e valorizando o trabalho de catadores e catadoras de
materiais recicláveis.
Projeto “Nossa Feira Tem Coleta Seletiva Solidária”
A iniciativa, que chega à sua 3ª edição, será realizada ao longo dos
cinco dias da Feira. A ação integra o CAMA, 12 associações e
cooperativas de catadores(as) de materiais recicláveis, além de
profissionais autônomos(as). O projeto fortalece a inclusão
socioeconômica
e a gestão sustentável de resíduos recicláveis e orgânicos.
A operação será coordenada a partir da Central da Coleta Seletiva
Solidária, instalada na própria Feira. O espaço funcionará como ponto
estratégico de triagem e armazenamento temporário, além de área de
promoção de produtos e práticas sustentáveis. Também serão
realizadas ações socioambientais de sensibilização e orientação ao
público sobre a importância da coleta seletiva e o trabalho dos
catadores e e catadoras de materiais recicláveis.
“Vamos utilizar ainda o aplicativo RcyclaÊ, desenvolvido pelo CAMA, com
apoio do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, para fazer a
gestão dos resíduos sólidos coletados, gerando o Reciclômetro e os Eco
Indicadores do projeto”, relatou Joilson.
Sobre a feira
Realizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de
Desenvolvimento Rural (SDR) e da CAR, em parceria com o Ministério do
Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e a UNICAFES Bahia,
a 16ª edição da Feira deve reunir milhares de visitantes
e mais de seis mil produtos da agricultura familiar dos 27 Territórios
de Identidade da Bahia, entre alimentos, bebidas, artesanato,
cosméticos, flores e itens da economia solidária.
A programação inclui a Tenda Quilombola, Tenda Indígena, Tenda de
Artesanato, a 3ª Feira Agroecológica da Bahia, duas amplas praças
gastronômicas, atrações musicais, atividades formativas e muito mais.
Apoio contínuo aos catadores e catadoras
Além das ações realizadas durante a Feira, a CAR também apoia, ao longo
de todo o ano, o trabalho de catadores e catadoras de materiais
recicláveis em grandes eventos da Bahia. Em 2025, o projeto EcoFolia
Solidária, iniciativa do Governo do Estado, que conta
com a CAR entre os parceiros, beneficiou 3.596 catadores(as) com
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), fardamento e refeições
durante todos os dias do Carnaval. As cooperativas coletaram 112,969 mil
kg de alumínio, 23.898 kg de PET e 32.639 kg de plástico
na capital baiana.
Na Micareta de Feira de Santana, o projeto arrecadou três toneladas de
materiais recicláveis. Foram beneficiados 100 catadores autônomos e 30
cooperados, que receberam cadastramento, EPIs, fardamento e 200 sacos de
ráfia para coleta. Os resíduos recolhidos
foram destinados à comercialização solidária, gerando renda direta para
os trabalhadores.
Por Silvia Costa
