Foto: Mateus Pereira
Câmaras setoriais discutem perspectivas para a produção baiana do sisal e cacau na Bahia em 2026
As perspectivas para a produção do sisal e do cacau na Bahia em 2026
foram tema das reuniões das Câmaras Setoriais destes setores, ocorridas
na segunda-feira (1º), no Auditório 2 do Pavilhão do Governo na Fenagro
2025, no Parque de Exposições. Dentre as principais ações apontadas para
o próximo ano estão a implantação de uma unidade-piloto da usina
central de desfibramento do sisal e a criação de um fundo para apoio à
produção de cacau, principalmente para o enfrentamento a pragas, como a
monilíase.
O titular da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e
Aquicultura (Seagri), Pablo Barrozo, ressaltou que as Câmaras Setoriais
são um importante instrumento para construir, de forma coletiva,
políticas públicas que visem a impulsionamento da produção agropecuária
na Bahia. “É preciso que os membros sejam atuantes para que as Câmaras
funcionem, e a Seagri está aqui para apoiar e ajudar nessa missão”,
disse.
Na reunião sobre o setor sisaleiro, a primeira usina central de
desfibrilamento do sisal, que poderá ser implantada na região de
Conceição do Coité, deverá ajudar na organização trabalhista,
armazenamento e reaproveitamento dos resíduos. Além disso, para 2026,
também estão previstas visitas e reuniões com órgãos públicos e com o
Poder Legislativo, construção de um projeto para 100% de aproveitamento
da planta – hoje, apenas 4% é utilizado pela indústria, e enfrentamento a
pragas, como a chamada “podridão vermelha”.
O presidente da Câmara Setorial do Sisal, Rafael Mota, ressalta que o
momento é muito importante para discutir e trabalhar encaminhamentos
ligados à cadeia produtiva que envolve mais de 800 mil empregos de forma
direta e indireta, em cerca de 35 municípios no semiárido baiano. Para
ele, a reativação da Câmara Setorial é uma ação estratégica que
conseguiu reunir pessoas que possam contribuir de forma significativa
para o setor.
“Essa é uma cadeia belíssima, que ajuda no desenvolvimento do
território e das pessoas que dependem dela. O sisal é um produto cuja
maior parte da produção é para exportação, e o mercado quer uma fibra
longa, macia e clara. Então trabalhamos para a melhoria do produto e,
também, resolver gargalos como o transporte e a precificação”,
completou.
Desafios para a produção do cacau
Na reunião da Câmara Setorial do Cacau, que contou com a presença do
presidente da Bahiater, Lanns Almeida, um dos principais pontos
discutidos pelos membros foi o enfrentamento às doenças provocadas por
fungos, um problema bastante comum em ambientes úmidos, como a região
amazônica e a Mata Atlântica. Também foi ressaltada a necessidade de
criação de um fundo para apoio à produção cacaueira, com a proposta de
que os recursos sejam voltados principalmente para a pesquisa.
O presidente da Câmara Setorial do Cacau, Fausto Pinheiro, ressalta
que a cadeia do cacau é uma das mais antigas do estado, com cerca de 250
anos – atualmente, a Bahia detém 65% da produção nacional do fruto. “A
gente tem que fortalecer ainda mais essa produção, pensando que o
produtor precisa aprender a agregar valor para vender melhor o fruto.
Temos que continuar com a política do chocolate, de organização de
armazém para vender volumes com preços mais atrativos, melhorar ainda
mais a qualidade dos grãos. E a Câmara é importante para que possamos
fazer essa discussão, ouvindo as demandas e adequando as soluções em
prol do cacau”, avaliou.
Próximas reuniões
Coordenadas pela Seagri, as Câmaras Setoriais da Agricultura têm
reuniões realizadas de forma híbrida (presencial e on-line) e contam com
a presença de representantes das esferas pública, privada e da
sociedade civil. Nesta terça-feira (3), também no Auditório 2 do
Pavilhão do Governo, acontecem os encontros das Câmaras do Dendê, das 9h
às 12h, e da Citricultura, das 14h às 17h.
Fonte: Seagri
