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Diabetes já atinge 10% do brasileiros: prevenção e cuidado são os melhores caminhos para frear o avanço da doença
Uma das doenças crônicas mais comuns no mundo e que cresce de forma preocupante no Brasil, a diabetes já atinge mais de 10% dos adultos brasileiros, conforme o levantamento mais recente do Vigitel 2023 realizado pelo Ministério da Saúde. Isso significa que mais de 15 milhões de pessoas vivem com a doença no país e o número tende a aumentar, impulsionado pelo envelhecimento da população, má alimentação e sedentarismo.
Na Bahia, os indicadores seguem a tendência nacional. Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam a diabetes entre as principais causas de internação e mortalidade relacionadas a doenças crônicas não transmissíveis. Além do impacto individual, a condição representa um desafio para os serviços de saúde, especialmente na atenção básica, que é a porta de entrada para diagnóstico, acompanhamento e prevenção. “O que mais nos preocupa é que muitas complicações poderiam ser evitadas com acompanhamento adequado e hábitos saudáveis. Ainda há um número grande de pessoas que descobrem a diabetes tardiamente, já com sequelas instaladas”, explica a Dra. Mariana Silveira, médica de família e comunidade e professora de Medicina da Afya Guanambi.
Existem diferentes tipos de diabetes, e entender suas particularidades é essencial para o tratamento. A diabetes tipo 1 é uma condição considerada autoimune, que exige o uso contínuo de insulina. Já o tipo 2, mais comum entre os adultos, está associado a fatores de risco, como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada. Há ainda a diabetes gestacional, que surge durante a gravidez e requer atenção especial, pois pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.
Embora cada tipo de diabetes tenha suas especificidades, a prevenção e o controle passam, em grande parte, pelos mesmos determinantes: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, controle do peso, exames de rotina e acompanhamento médico contínuo. “Prevenir a diabetes é um processo que depende de mudança de comportamento. Nós temos dados da Organização Mundial da Saúde que recomenda que adultos façam pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física por semana”, reforça a Dra. Mariana.
A atenção primária, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), é considerada o principal ponto de apoio para reduzir casos e complicações. Através das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e das equipes da Estratégia de Saúde da Família, é possível realizar testes de glicemia, oferecer medicamentos, monitorar o uso de insulina e promover ações educativas que ajudam na adesão ao tratamento. “A unidade de saúde é a porta aberta do SUS. O acompanhamento regular na atenção básica é extremamente importante para rastrear fatores de risco e realizar o diagnóstico precoce de algumas comorbidades como: hipertensão arterial, colesterol alto, sobrepeso e obesidade. Assim conseguimos, sim, prevenir o surgimento da Diabetes”, completa a médica.
Dra. Mariana destaca que o aprendizado vai além da teoria: “Na sala de aula e nas práticas, trabalhamos não apenas os aspectos clínicos da doença, mas também a escuta, o vínculo e a importância de olhar o paciente como um todo. O conhecimento técnico é importante, mas o cuidado humano e contínuo faz toda a diferença”. Na formação dos futuros profissionais de saúde, temas como prevenção, tratamento e acompanhamento do diabetes têm sido cada vez mais enfatizados, já que a diabetes é uma doença extremamente prevalente.
A especialista ainda reforça a mensagem passada aos alunos no estudo da doença: “A diabetes não precisa ser uma sentença. Com informação, acompanhamento e pequenas mudanças no dia a dia, é possível viver bem”, conclui a Dra. Mariana Silveira.
Por Flamarion Reis
