O bandolinista Hamilton de Holanda conquistou, na noite desta quinta-feira, o Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de Jazz Latino/Jazz” com o disco “Hamilton de Holanda Trio – Live in NYC”. Ele foi o único brasileiro indicado e o único a vencer em uma categoria geral que não é restrita à música em língua portuguesa, um feito raro para artistas do país.

“Essa é minha quinta estatueta do Grammy Latino, mas a primeira na categoria Jazz Latino/Jazz, sendo um marco na minha trajetória. Uma conquista que celebra o encontro do Choro com o Jazz, a união de culturas e linguagens construída ao vivo em Nova York ao lado de Big Rabello, Salomão Soares e Chris Potter, e que reafirma a força contemporânea da Música Brasileira no mundo”, comemora Hamilton.

Gravado ao vivo no lendário Dizzy’s Club, no Jazz at Lincoln Center, em Nova York, o álbum celebra o encerramento da turnê norte-americana do trio formado por Hamilton (bandolim de 10 cordas), Thiago “Big” Rabello (bateria) e Salomão Soares (teclado e Moog). A noite registrada ao vivo capturou a plena sintonia do grupo após uma extensa viagem por cidades como Nashville, Chicago, Washington e Minneapolis.

O disco conta ainda com participação especial do saxofonista norte-americano Chris Potter, presente em três faixas e parceiro recorrente de Hamilton. O encontro dos dois retomou a química já conhecida desde “Maxixe Samba Groove”, vencedor do Latin Grammy de 2022.

Em seu discurso, o empresário de Hamilton, Marcos Portinari, destacou a importância da valorização da música instrumental, ressaltando o peso de uma vitória brasileira em uma categoria que tradicionalmente premia produções do circuito internacional de jazz. “Que a música instrumental seja valorizada porque ela é a base de todos esses gêneros. Em todos esses gêneros têm um músico, instrumentista, que precisa estudar 12, 15 anos, para deixar o mundo mais colorido, mais feliz. Viva a música”, declarou Marcos Portinari.

O álbum vencedor, lançado pela Sony Music Brasil em parceria com a Brasilianos, reforça o reconhecimento global de Hamilton de Holanda. Sua atuação combina raízes profundas no choro brasileiro com uma abordagem aberta, contemporânea e altamente inventiva, criando um diálogo espontâneo entre tradições distintas que se encontrou em rara potência no palco nova-iorquino, agora consagrado pelo Latin Grammy.

Por Lucas Damião