Psicólogo e Mestre em Psicologia Vladimir Nascimento/Foto: Arquivo O Candeeiro
ARTIGO - Crises de ansiedade = Por Vladimir Nascimento
Ansiedade, numa linguagem popular, significa estar à frente de algo; ou seja, é quando o indivíduo passa a vivenciar antecipadamente uma situação que nem sabe se vai ser concretizada, ou quando começa a sofrer por um problema sem nenhuma garantia de que ele vai ocorrer. Isso significa que a pessoa deixa de viver o presente em prol de um futuro que talvez nem aconteça.
Mas geralmente o
indivíduo não tem controle sobre essas emoções, e nem sabe a origem desses
sintomas psíquicos. É importante frisar que o ser humano frequentemente
vivencia episódios de ansiedade durante o curso de sua vida, mas o excesso pode
causar até mesmo um transtorno de ansiedade ou síndrome do pânico, devendo ao
mesmo buscar ajuda profissional.
No entanto, em nosso mundo repleto de pressões e cobranças (externas e internas), ainda somos bombardeados de informações sobre o terror, guerras, assassinatos e crimes variados reforçando nossos medos e impedindo-nos de aproveitar a vida em função desses temores. A violência sempre fez parte da humanidade, mas talvez nem seja o número da criminalidade que esteja aumentando, e sim a quantidade de informações veiculadas sobre ela.
Geralmente o ser
humano tende a valorizar mais os defeitos que as qualidades, e se impressionar mais
com aspetos negativos do que os positivos. Por isso, a sensação constante de
que o mundo é perigoso demais para se viver. Obviamente que em um dia muitas
pessoas matam, mas sem dúvida existem outras bilhões que dormem tranquilamente
sem agredir ninguém. Sempre haverá assassinos e pedófilos, por exemplo, mas
também podemos contar com bilhões que não concordam em violentar crianças.
Portanto, no mundo, existem infinitamente mais pessoas boas do que más.
Ninguém está imune à ansiedade, porque ela é um problema real; mas também não podemos alimentar essas sensações deixando-nos impressionar pelos aspectos negativos que a vida nos oferece. As adversidades fazem parte da vida, mas é importante também que comecemos a valorizar os indicadores positivos dela, assim como um relacionamento não pode ser caracterizado pelas discussões e sim pela coleção de momentos vividos em harmonia. Mas, infelizmente, como dizia Shakespeare, ainda sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos.
Vladimir de Souza Nascimento
Psicólogo, mestre em Psicologia (UFBA), autor do livro DIFERENÇAS e Palestrante.
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