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ARTIGO - A revolução silenciosa da Inteligência Artificial no mercado de trabalho = Por Simone Viotto
A Inteligência Artificial vem moldando cada vez mais o futuro das profissões, muitas vezes sem que sequer percebamos, ao passo que ela cria ondas de mudança no mercado de trabalho, configurando uma verdadeira revolução silenciosa, comparável à Revolução Industrial.
De
fato, a automação de tarefas manuais e analíticas traz novas
oportunidades, desafios e debates que nos faz refletir como a IA irá
afetar a longo prazo os empregos. Afinal, a questão principal não é se
os cargos desaparecerão, mas sim como
iremos nos adaptar e nos reinventar para atender às novas demandas como
sociedade.
Particularmente
acredito que a Inteligência Artificial não causará mais desemprego, nem
substituirá as pessoas. Ela transformará o mercado de trabalho,
exigindo novas formas de preparação e pensamento crítico. Isto trará
mais posições e
funções, claramente incluindo aquelas que exigem contato diário com a
IA, por exemplo.
Logo,
a capacidade criativa, o raciocínio por trás das ideias, o feeling e a
habilidade de compreender as dores das pessoas será relevante para o
atual contexto e, sobretudo, para o desenvolvimento das soluções.
O
ChatGPT, por exemplo, embora capaz de responder a perguntas sobre os
mais variados assuntos, solucionar problemas lógicos e fornecer soluções
adequadas aos inputs que recebe por meio de mensagens com contexto, não
consegue alcançar a acuracidade
humana, especialmente quando se trata de criar itens novos.
Neste
sentido, o futuro não é sobre perda, mas sim no que diz respeito à
transformação e à adaptação do mercado de trabalho, uma vez que a IA já
faz parte desta realidade. Hoje, o foco do debate social deve ser como
nós, enquanto sociedade,
vamos nos preparar para garantir que a transição seja inclusiva,
sustentável e equitativa no ambiente profissional, a fim de evitarmos
que desigualdades sejam potencializadas.
As
organizações devem implementar estratégias e uma política robusta de
governança de dados, que busque equilibrar, de forma responsável, a
adoção e o incentivo ao uso da tecnologia com as melhores práticas de
segurança.
Segundo uma pesquisa da Bain & Company sobre a adoção da IA, 85% dos executivos consideram a implementação da tecnologia prioritária em seu negócio nos próximos dois a quatro anos. O levantamento indicou ainda que quando os colaboradores têm acesso a algoritmos de Large Language Models (LLMs), em média, 15% das tarefas podem ser concluídas de forma muito mais rápida e com o mesmo nível de qualidade
Impulsionada
pela capacidade de reduzir custos e aumentar a produtividade e a
competitividade das empresas, a IA atingiu um ponto de inflexão entre os
empreendedores, em que eles precisam compreender claramente que a
tecnologia deve atuar como uma
aliada, complementando nossas habilidades, sem substituir nossa
capacidade de pensar e criar, afinal, sem a criatividade humana, a
própria IA não existiria.
Simone Viotto é head de Gente e Gestão do Grupo Safira. Administradora com MBA Executivo em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Liderança na USF, ela possui mais de 15 anos de experiência na área de gestão de pessoas.