Nas Olimpíadas, o mundo se volta para o desempenho físico dos atletas, celebrando suas conquistas e superações. Assim como o desempenho físico é fundamental, a saúde mental desses competidores de elite é igualmente crucial. Embora a conquista de medalhas seja o ápice da carreira esportiva, o verdadeiro triunfo reside na manutenção do bem-estar mental ao longo de suas jornadas.

A saúde mental não é algo que se conquista de um dia para o outro ou em uma única temporada. Trata-se de um processo contínuo, que exige cuidado e atenção constantes. Os atletas enfrentam pressões imensas, tanto internas quanto externas, e lidar com essas pressões de maneira saudável é essencial para seu sucesso e bem-estar a longo prazo.

Exemplos práticos: Lições de medalhistas Olímpicos

Hidilyn Diaz: O triunfo além da força física
Hidilyn Diaz, medalhista de ouro nas Olimpíadas de Tóquio em levantamento de peso, ilustra perfeitamente a importância da saúde mental. Em uma imagem poderosa, Diaz foi vista celebrando sua vitória ao lado de sua esposa, demonstrando não apenas a força física necessária para seu esporte, mas também o apoio emocional fundamental para sua jornada. A foto simboliza a rede de suporte que é vital para qualquer atleta: a presença de familiares e entes queridos que oferecem estabilidade emocional e motivação.

Matthias Steiner: Superação e vulnerabilidade em Pequim
Outro exemplo marcante é o de Matthias Steiner, que ganhou ouro no levantamento de peso nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008. Steiner dedicou sua medalha à sua falecida esposa, mostrando que sua força não era apenas física, mas também emocional. Sua história tocante e sua vulnerabilidade aberta ao público mostraram que os atletas são humanos e carregam suas dores e superações pessoais juntamente com suas conquistas esportivas.

Simone Biles e Rebeca Andrade: Coragem para priorizar o bem-estar
Simone Biles, uma das maiores ginastas de todos os tempos, fez uma escolha corajosa durante as Olimpíadas de Tóquio ao priorizar sua saúde mental sobre a competição. Ao se retirar de várias finais, Biles trouxe à tona a discussão sobre a importância do bem-estar mental, colocando-se como um exemplo para outros atletas. Rebeca Andrade, ginasta brasileira, também falou sobre a importância do apoio mental após suas conquistas. Essas atletas demonstram que a saúde mental é um componente essencial do sucesso esportivo, desafiando a narrativa de que apenas o desempenho físico importa.

Naomi Osaka: O poder da vulnerabilidade
Naomi Osaka, estrela do tênis, também trouxe à luz a importância da saúde mental ao se retirar de grandes competições para cuidar de si mesma. Sua decisão ecoou a de Biles, demonstrando que a vulnerabilidade não conhece fronteiras e que a atenção à saúde mental é necessária em todos os esportes.

Rede de apoio: Um pilar fundamental
A saúde mental dos atletas não é responsabilidade apenas do indivíduo. Ela é construída e mantida por uma rede de apoio que inclui técnicos, familiares, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e muitos outros profissionais. Essa rede cria um ambiente onde os atletas podem prosperar tanto fisicamente quanto mentalmente.

A comissão técnica e a equipe médica
Os técnicos e a equipe médica desempenham um papel crucial no cuidado com a saúde mental dos atletas. Eles não apenas treinam e preparam fisicamente os competidores, mas também monitoram sinais de estresse e exaustão mental. Durante os Jogos Paris 2024, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) disponibilizou dez psicólogos para a delegação brasileira, formada por 276 atletas, realizando atendimentos presenciais aos esportistas. Além desse grupo, outros profissionais estão disponíveis de forma remota, incluindo um psiquiatra, demonstrando o compromisso com o bem-estar mental dos atletas.

O papel da família e dos amigos
O apoio familiar e de amigos é inestimável. Eles fornecem uma base emocional sólida, oferecendo amor incondicional e encorajamento. Hidilyn Diaz exemplificou isso ao celebrar sua vitória com sua esposa, mostrando que o apoio emocional é um fator chave no sucesso.

A importância da vulnerabilidade bem cuidada
Mostrar vulnerabilidade não é sinal de fraqueza, mas de força. Reconhecer e cuidar da saúde mental é essencial para o desempenho e bem-estar dos atletas. Simone Biles e Naomi Osaka, duas atletas de alta performance e ícones em suas modalidades, trouxeram à tona, na última edição olímpica, a necessidade da atenção à saúde mental no esporte. Suas revelações servem como uma chamada à ação em setores onde o estigma persiste de maneira arraigada, como o esporte.

A saúde mental dos atletas é um processo contínuo e vital para o sucesso e bem-estar deles. O reconhecimento desse aspecto por medalhistas como Hidilyn Diaz, Matthias Steiner, Simone Biles e Naomi Osaka mostra que valorizar o bem-estar mental é tão importante quanto qualquer medalha de ouro.

Danilo Suassuna é Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011).

Sobre o Instituto Suassuna
O Instituto Suassuna realiza congressos, seminários, workshops e extensões voltadas aos profissionais da psicologia. E para isso, conta com um time de especialistas em educação. O instituto utiliza o Google for Education para transformar a maneira como os alunos e professores aprendem, trabalham e inovam juntos. A metodologia utilizada transforma o ensino em aprendizagem permitindo que os alunos evoluam no próprio ritmo, resultando em solucionadores de problemas criativos e também em colaboradores eficientes.

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